População de Alagoas protesta contra a Braskem em busca de justiça e apoio governamental

Por Júlia Maria

Na manhã desta quarta-feira (6), uma mobilização popular tomou conta da Avenida Fernandes Lima, em Maceió, em um protesto liderado pelo Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB) e pela Associação de Empreendedores Vítimas da Mineração em Maceió. Os manifestantes, em sua maioria afetados pelos problemas causados pela Braskem, exigem providências das autoridades diante do afundamento do solo nos bairros do Pinheiro, Bebedouro, Bom Parto, Farol e Mutange.

Manifestantes fecham a Avenida Fernandes Lima exigindo providências após o afundamento do solo nos bairros de Pinheiro, Bebedouro, Bom Parto, Farol e Mutange, com risco iminente de colapso da mina 18. Moradores desapropriados denunciam falta de indenização. – Imagem: Lívia Tenório

A situação é agravada pelo iminente risco de colapso da mina 18, levando os participantes do protesto a fecharem a Avenida Fernandes Lima, causando interrupção no trânsito no sentido Centro, em frente ao Centro Educacional de Pesquisa Aplicada (CEPA).

Thiago Thomaz, um dos organizadores da manifestação, destacou a necessidade de uma resposta das autoridades. “O protesto é dos afetados pela empresa Braskem. A gente quer que as autoridades se manifestem acerca dos problemas que estamos vivendo. Também vamos ao Palácio da República, solicitar apoio ao governo de Alagoas, para saber o que está acontecendo, e, também, exigir uma CPI. Nossa intenção é fazer uma passeata. Aqui não há vândalos.”

A mobilização recebe apoio de diversas organizações e movimentos populares do campo e da cidade. Moradores dos bairros atingidos, que foram desapropriados, assim como os remanescentes, como os moradores dos Flexais e Bebedouro, participam ativamente, enfrentando o descaso diante do agravamento da situação, inclusive com o risco iminente de colapso de uma nova mina na capital alagoana.

Ely Daniel, ex-morador do Mutange, compartilhou sua experiência. “Estamos na luta desde 2018, tentando ter uma nova vida, em um novo lar. E o protesto de hoje é para que as autoridades tomem consciência da nossa situação, do nosso sofrimento, que acaba afetando toda Maceió, principalmente na economia.”

Além dos desafios enfrentados pelos moradores, muitos relatam não terem sido indenizados pela mineradora, agravando ainda mais a situação das vítimas. O caso torna-se um apelo urgente por justiça, apoio governamental e soluções concretas para a comunidade afetada.

*Com informações de Gazeta Web

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