Defesa Civil diz que houve cinco tremores em três dias no Pinheiro

A Defesa Civil de Maceió afirmou que, entre o domingo (26) esta terça-feira (28), a região do Pinheiro registrou cinco tremores no solo. No entanto, o órgão afirmou que todos eles foram de baixa magnitude, incapazes de provocar algum dano ou perigo.

Os moradores do Pinheiro relataram terem sentido a terra tremer, balançando até alguns móveis das residências habitadas que ainda existem na localidade.

O bairro do Pinheiro é um dos cinco afetados com o afundamento do solo em decorrência da extração da salgema pela Braskem. Além dele, também foram atingidos pelos serviços de mineração o Bebedouro, o Bom Parto, o Mutange e parte do Farol.

O problema nos bairros atingidos pelos trabalhos da Braskem ocorrem desde março de 2018, quando tremores foram sentidos pela primeira vez pela população.

Desde então, segundo os órgãos que acompanham a situação, cerca de 60 mil pessoas precisaram sair de suas residências por causa da instabilidade do solo, que deixou milhares de casas com rachaduras.

Ainda neste mês, moradores do Mutange também relataram que sentiram tremores no bairro. Em nota encaminhada à imprensa, a Defesa Civil de Maceió disse que havia registrado dois eventos sismológicos na área evacuada do bairro. O primeiro (11h58) teve magnitude local de 1.15 e o segundo (13h44), magnitude local de 1.38.

No último final de semana, à imprensa, o engenheiro e professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Abel Galindo, disse que os tremores ocorrem devido à acomodação do subsolo, mas que eles não apresentam risco imediato à população.

Por causa dos tremores na região, a Braskem suspendeu as atividades de preenchimento do solo.

A reportagem pediu um posicionamento da mineradora sobre os novos abalos sísmicos, mas até o fechamento desta matéria, não obteve retorno.

A Defesa Civil de Maceió disse que se espera o registro de mais tremores na região, devido à fragilidade do solo do local.

“A gente precisa de dados de outros instrumentos, fazer um sonar na área das minas mais próximas e isso requer tempo e segurança. A gente não pode fazer um sonar em determinada mina onde esses tremores foram registrados mais próximos, porque ainda temos, em menos de 24 horas, registro de um sísmico. Não há segurança técnica para que operários façam isso naquele local”, afirma o coordenador da Defesa Civil de Maceió, Abelardo Nobre.

O coordenador da Defesa Civil disse também que “aguarda a estabilidade” e ausência desses movimentos até que seja seguro captar as imagens e dizer o que de fato aconteceu: “Se foi desplacamento, se foi por causa do preenchimento ou o resultado da instabilidade de tensões naquela região, já frágil, com presença de 35 cavidades e corpo d’água que provoca pressão”, afirmou.

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