Chef assassinado na Bahia fugiu da Espanha por escândalo de fraudes
David Peregrina Capó, de 53 anos, o chef de cozinha espanhol encontrado morto às margens de um rio na Bahia, havia se mudado para o Brasil tentando escapar de uma condenação na Espanha. As informações são do jornal espanhol El Mundo.
Na última sexta-feira (24/11), Peregrina e a esposa, a baiana Érica da Silva Santos, de 38 anos, foram encontrados sem vida e com marcas de tiros pelo corpo. A Polícia Civil do estado está investigando o caso.
Natural de Mallorca, uma das ilhas mais famosas de Baleares, na Espanha, David Peregrina estava fugindo das autoridades locais há mais de uma década.
Condenado em dois processos de estafa (equivalente a estelionato no Brasil), falsificação de documentos e apropriação indébita, além de ter sido alvo de dois mandados judiciais de busca e detenção, prescrevidos em razão do tempo decorrido.
Chef foi um dos 28 acusados
Ainda segundo o El Mundo, o chef foi um dos 28 acusados de um complô para fraudar o banco onde ele trabalhava como diretor de sucursal.
O escândalo que ficou conhecido como “o caso das hipotecas fantasmas”, envolvia empréstimos hipotecários fraudulentos, perpetrados entre 2003 e 2004, que resultou em um desvio de mais de 2 milhões de euros (equivalente a R$ 10 milhões na cotação atual).
A imprensa local identificou Peregrina como o líder do esquema e noticiou sua fuga para o Brasil. Ele acabou julgado em fevereiro de 2012.
A fuga das hipotecas fantasmas
Grande parte dos investigados no escândalo eram jovens que aceitaram assinar falsas hipotecas, em troca de receberem cerca de mil euros.
Eles foram condenados a penas menores, diferentemente de Peregrina, que acabou condenado a 3 anos e 9 meses de prisão – e mais 33 meses de prisão num segundo processo ligado aos crimes de falsificação de documentos e apropriação indébita.
Assim, fugiu para o Brasil e montou um restaurante em uma região distante da cidade turística de Porto Seguro, na Bahia, ao lado da companheira, Érica.
O casal foi encontrado morto nas instalações da propriedade, onde regularmente recebiam visitantes para uma experiência culinária às margens do rio Buranhém, na chamada Ilha dos Ribeirinhos. Os dois moravam no lugar.
A Polícia Civil da Bahia apura se ambos teriam sido executados, sendo que há indícios de roubo na residência. Ninguém foi preso até o momento.