Defesa de policial aponta contradição em assassinato de empresário em Estrela de Alagoas

A defesa do policial militar apontado como executor da morte do dono de um mercadinho no Sertão de Alagoas nega que o suspeito tenha atirado e matado a vítima. A Polícia Civil investiga se o assassinato tem cunho político. O PM da reserva foi preso nessa quarta-feira (8). No mesmo dia, a segunda pessoa apontada como participante do crime foi morta e a polícia acredita se tratar de crime político.

O crime aconteceu em Estrela de Alagoas, no Sertão, enquanto a vítima estava sentada em frente ao mercadinho de onde ela era dona. O assassinato de Sérgio Silva dos Santos foi registrado em dois ângulos por câmeras de videomonitoramento instalada na parte externa do mercadinho.

As imagens mostram que dois homens chegam em um gol prata, descem armados e atiram contra Sérgio. O advogado do policial, Napoleão Lima Júnior disse, em entrevista à imprensa, que o PM não tem nenhuma relação com o crime.

Ele argumenta que as características físicas do policial não têm semelhança com as do homem que aparece nas imagens.

Em nota à imprensa, o advogado Napoleão Júnior, afirma que o policial da reserva João Neto é inocente e aponta contradição.

Confira nota na íntegra:

NOTA À IMPRENSA E À SOCIEDADE DE QUEBRANGULO

No último dia 8 de novembro, foi noticiada pelos veículos de comunicação em massa a prisão temporária do Tenente da Reserva remunerada da Polícia Militar de Alagoas, JOÃO NETO, por ter sido considerado suspeito de ter atirado e matado SÉRGIO DO SERAFIM, fato ocorrido no dia 07 de agosto deste ano na cidade de Estrela de Alagoas.

Segundo os Delegados Titulares da Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO) que conduziram as investigações, garantiram ter elucidado o crime ocorrido na cidade de Estrela de Alagoas, afirmando ser o militar da reserva o autor dos disparos que ceifaram a vida da vítima.
Ocorre que vários pontos expostos na imprensa pelos delegados foram vistos como controversos pela defesa. O primeiro e mais aberrante de todos são as características físicas do atirador que, segundo os delegados da DRACCO, seriam compatíveis com o tenente JOÃO NETO.

O homem que aparece no vídeo efetuando os disparos contra a vítima tem estatura física maior que a do Tenente; é bem mais magro; de pés grandes; de nariz superprojetado e pontudo, ao contrário das características de João Neto, que é de maior circunferência abdominal, nariz curto, achatado e possui pés menores.

Outro ponto relevante é que na casa do tenente foi encontrado um casaco totalmente diferente do que foi utilizado pelo criminoso, que corresponde ao modelo de capa de chuva ALBA EUROPA.

Outro destaque importante é que a arma utilizada pelo assassino foi um revólver calibre 38, armamento não encontrado pelas equipes da DRACCO quando do cumprimento do mandado de busca e apreensão. Sem falar que João Neto nunca possuiu revólver calibre 38.
Para além disso, como forma de distanciar ainda mais tais evidências, provas que serão apresentadas demonstrarão que o Tenente João Neto, no dia e horário do crime, estava no mercadinho de sua propriedade na cidade de Quebrangulo/AL.

A Polícia ainda aponta características de crime de mando por questões políticas. Tudo isso gera ainda menos suspeita de o atirador ser o Tenente João Neto, pois como é sabido por todos da região de Quebrangulo, João Neto é policial militar e comerciário local, possuindo uma vida financeira estável e não haveria, portanto, nenhuma necessidade de matar quem quer que fosse por dinheiro ou por qualquer outro tipo de vantagem.

Importante relatar que o Tenente João Neto possui uma ficha funcional impecável ao longo de seus 30 anos de efetivo serviço policial em defesa do cidadão alagoano, sem nunca ter respondido a processo administrativo ou judicial. Sempre foi um exemplo para seus superiores, pares e subordinados.

A defesa irá comprovar pormenorizadamente a total inocência do Tenente João Neto, não apenas apontando contradições constantes da própria investigação realizada pela DRACCO, como também com provas documentais e testemunhais fartas que estarão à disposição da polícia e da justiça.
Dr. Napoleão Júnior

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