Prisão do chefe da milícia de rio das pedras: detalhes e contexto
Uma operação conjunta envolvendo a Polícia Federal e o Ministério Público do Rio de Janeiro culminou na prisão dos líderes da milícia de Rio das Pedras, uma das organizações criminosas mais antigas da cidade. Entre os detidos estão Dalmir Barbosa e seu filho, Taillon. Os detalhes dessa operação estão disponíveis no vídeo acima.
A família de Taillon possui diversos bens, incluindo uma lancha e uma casa em Angra dos Reis, bem como casas e apartamentos de luxo no Rio de Janeiro. No total, 13 mandados de prisão foram emitidos, com Taillon e seu pai sendo detidos na terça-feira (31). Além deles, dois policiais militares e um ex-sargento do Exército, que atuavam como seguranças de Taillon, foram presos em flagrante. Outras 5 pessoas também foram detidas no âmbito da operação.
Em um episódio ocorrido no início de outubro, Taillon foi o alvo de traficantes na orla da Barra da Tijuca. O ataque resultou na morte de três médicos. As investigações revelaram que um dos médicos, Perseu Ribeiro Almeida, foi confundido com Taillon e, consequentemente, assassinado.
A milícia de Rio das Pedras teve origem nos anos 1980, quando a comunidade abrigava cerca de 20 mil habitantes. Atualmente, o local se tornou um bairro com aproximadamente 200 mil moradores.
Dalmir, pai de Taillon, ganhou notoriedade nacional em 2008 durante a CPI das Milícias, sendo identificado como um dos líderes de Rio das Pedras. Em 2011, ele foi expulso da Polícia Militar por violações éticas e de dever policial. Em 2020, foi preso em uma operação contra as milícias e passou a cumprir pena em prisão domiciliar.
Taillon já havia sido detido em dezembro de 2020 em outra operação contra a milícia, sendo condenado a 8 anos e 4 meses por participação na organização criminosa. Após cumprir parte de sua pena na prisão, passou para prisão domiciliar e, em setembro, começou a cumprir a pena em liberdade.
A milícia de Rio das Pedras, que originalmente alegava combater a violência, agora se assemelha cada vez mais ao tráfico de drogas, disseminando o terror e mantendo os moradores como reféns.
Segundo Letícia Emili, subcoordenadora do Gaeco: “A milícia de Rio das Pedras passou por reformulações na composição de seus membros nos últimos anos. Antes, havia uma presença de agentes do Estado ou ex-agentes do Estado, mas hoje vemos a milícia composta por membros de facções criminosas ligadas ao tráfico de drogas”.
Leandro Almada, superintendente da Polícia Federal no Rio, acrescenta: “Hoje podemos falar com clareza sobre as narcomilícias. Elas já estão em um segundo momento, com investigações que comprovam a sinergia com facções criminosas ligadas ao narcotráfico.”
O funcionamento da milícia de Rio das Pedras é ilustrado em imagens exclusivas, mostrando que aqueles que não pagam ou não aceitam as condições impostas pelos milicianos são sujeitos a agressões ou mesmo assassinatos. Registros das atrocidades são feitos pelos próprios membros da milícia, e o medo impera na região.
As revelações incluem vídeos de violência extrema, com pessoas sendo torturadas ou mortas como punição por dívidas ou desrespeito às ordens da milícia.
Esses terríveis acontecimentos têm forçado moradores a fugir da região, como um ex-morador de Rio das Pedras que deixou o local após a morte de um parente em uma disputa com um miliciano.