Olho Vivo: Após quatro anos fechada, Prefeitura de Palmeira anuncia reabertura da Casa Museu sem data para entrega

Crédito: Assessoria

Após quatro de portas fechadas, a Casa Museu Graciliano Ramos, localizada em Palmeira dos Índios-AL, tem a perspectiva de reabertura do espaço, só que sem data para abrir ao público.

A fachada da casa comprova a precariedade da infra-estrutura do local. Não é difícil encontrar admiradores das obras de Graciliano Ramos, criticando a Secretaria de Cultura, pela inércia no resultado da transformação esperado pelos amantes do escritor.

Na casa onde morou Graciliano Ramos, segundo informações, existe um amontoado de máquina de datilografia, bico de pena, pijama, roupas, objetos pessoais, manuscritos e originais de livros do “Mestre Graça”, que não se sabe como está o estado de conservação, visto os anos em que suas portas ficaram fechadas.

“Duvido que o secretário de Cultura, Cássio Júnior, dê maiores detalhes desse projeto. Nunca se interessou por isso, ao contrário do que aconteceu com o Museu Xucurus, que foi restaurado à toque de caixa, além de que agora após quatro anos culpa o Iphan pela inércia de sua gestão. Os munícipes precisam lutar pela reinauguração do Museu contra os negacionistas da cultura, não devemos ter medo de enfrentar essa gente que joga contra o município e vive num roteiro de show de horrores. A TV Estadão Alagoas exibiu um documentário de dois capítulos que mostra o tempo que Graciliano Ramos, passou no estado de Alagoas, fomos à Quebrangulo, Viçosa, Maceió e para nossa frustração, não tivemos o que mostrar em Palmeira dos Índios, visto que o secretário Cássio em entrevista à esse órgão de imprensa informou que em dezembro a Casa Museu abriria suas portas”, destacou a jornalista Grazianne Duarte.

Em nota, a assessoria de comunicação divulgou matéria na qual a Prefeitura em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) trabalham em conjunto para reinaugurar a Casa Museu Graciliano Ramos. A data não foi informada. Vale salientar que a obra conta com recursos federais aportados pelo deputado Paulão (PT), que segundo informações, indicou Cássio Júnior para assumir a pasta.

A reportagem encontrou a publicação do convênio N.’ 902522/2020, celebrando o contrato com o Iphan desde 2020, com valor inicial de R$ 183.044,87, para implantação de Museografia na Casa Graciliano Ramos, com vigência até o ano 2021.

Com os repasses, o plano de trabalho do Iphan aponta que serviços de pesquisa, curadoria, produção gráfica, desenvolvimento de instalação de sistema TI, mobilização e desmobilização de material expositivo existente, fornecimento e instalação de mobiliário expositivo, equipamentos e eletrônicos nas salas de multimídia, instalações elétricas e luminotécnica e capacitação de monitores para atuar na casa museu não foram aplicados até o momento.  Dinheiro perdido ou usado? Fica a indagação.

Confira o convênio celebrado entre o IPHAN e a Prefeitura Municipal de Palmeira dos Índios na íntegra (CLIQUE AQUI)

Capital da “Curtura”

A Casa, inaugurada no dia 5 de outubro de 1973, foi tombada pelo patrimônio histórico do Brasil, que elevou o imóvel a monumento nacional. Foi lá que Graciliano Ramos passou uma parte da vida e começou a escrever livros. O primeiro deles foi Caetés.

Além das belezas naturais, a ineficiente Secretaria de Cultura de Palmeira dos Índios, não  vem mostrando a infinita riqueza cultural que é conhecida em todo o mundo com nomes que deram notoriedade ao local a exemplo de Jacinto Silva, Jofre Soares, Carlos Moura, Clemilda, Edson Mauro e tantos outros, esquecidos na terra Xucuru-kariri. Dois museus fechados, frustram turistas e estudiosos  que visitam a cidade para conhecer a rica história do município.

O título de Capital Alagoana da Cultura, dado pelos cantores Jorge de Altinho e Amazan, é um paradoxo, difícil de digerir. Cássio Júnior conflitua seu discurso com posição política e ideológica. Para isso se dá o nome de vendedor de ilusão, a quem fabrica imagens que não correspondem à realidade. Age em sentido contrário às expectativas criadas, gerando na população uma séria frustração.

O espaço está aberto ao secretário para esclarecimentos posteriores.

 

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