“Pais criaram monstro”, diz pai de vítima sobre atirador de Aracruz
Pai da vítima mais jovem do ataque as escolas em Aracruz, no Espírito Santo, o representante comercial Érick Serafim Zuccolotto disse que a família vai lutar por justiça e que o pai do atirador deve ser responsabilizado.
Érick era pai de Selena Sagrillo, de 12 anos, assassinada com um tiro no peito durante o ataque no Centro Educacional Praia de Coqueiral (CEPC). O atirador, de 16 anos, usou duas armas do pai, policial, e exibia uma suástica nazista em uma roupa militar.
Quatro pessoas morreram, sendo uma estudante e três professoras, e sete seguem hospitalizadas.
“O mínimo do mínimo que a gente vai buscar agora é justiça. E é sim um menor, mas o pai é o responsável, os pais são os responsáveis por criar o monstro que criaram. Esse menino, ele levava uma suástica no braço, ele claramente tinha muito ódio no coração, e isso não é algo que surge da noite para o dia”, afirmou o pai de Selena em vídeo enviado para a TVGazeta, afiliada da Globo.
Tortura
Érick Serafim relatou ainda que foi uma tortura tentar descobrir se a filha estava viva e todo o trâmite burocrático no IML, para conseguir retirar a corpo de Selena e enterrá-lo.
O representante comercial contou que buscou o nome da filha na lista da ambulância e em vários hospitais. Quando ligou para o pai, ficou sabendo por telefone que a filha estava morta. O pai recebeu a notícia de outro professor que testemunhou o ataque a tiros.
“Eu vi parte do corpo caído dentro da sala, logicamente não deixaram a gente chegar perto, era uma cena de crime, precisava da perícia. Nós ficamos na escola até o momento que o corpo foi levado”, descreveu o pai de Selena.
“Começou a segunda parte da minha tortura, em que eu precisei ir para Vitória (ES) reconhecer o corpo da minha filha, deitada naquela mesa gelada, morta… Fazer todo o processo burocrático que não é nada humanizado”, disse ainda o pai aos prantos.
O autor dos disparos de 16 anos foi apreendido e vai responder por atos infracionais análogos a homicídio e a tentativa de homicídio.
Fonte: Metrópoles