O sonhado hexa e o retorno à realidade
Por Carlos Augusto Carretinha
A Copa do Mundo acaba já; os grandes e eternos problemas de mais de 80% dos brasileiros, não. A euforia, o extravasar, a alegria e a ansiedade da vitória, tudo isso já faz parte da rica e linda cultura do povo brasileiro, inclusive por sermos uma mistura de raças, de gêneros, de gostos, de escolhas, de vitórias, derrotas, sofrimentos e múltiplas superações.
Viver esse momento faz parte do que, desde meados do século passado, fez-nos até acreditar que o FUTEBOL, e suas alegrias ou tristezas que nos causem, possam curar feridas secularmente nunca saradas, mas sempre
aplacadas, ou seja, amenizadas.
A paixão de nosso povo pelo FUTEBOL não é só nossa; é de quase um planeta inteiro. Porém, esse mesmo amor pelo esporte, crido na Inglaterra, teve no Brasil um predestinado continuador: Charles Miller, que depois de anos na Terra da Rainha, quando voltou ao Brasil em 1894, trouxe duas bolas de futebol e um livro de regras. Charles aprendeu a jogar futebol em um clube inglês e era um jogador experiente.
A primeira partida foi disputada em São Paulo e foi um sucesso imediato.
Pois bem, a partir daí o nosso povo foi-se apaixonando pelo esporte da bola no chão e nunca mais abandonou essa paixão. E as conquistas foram-se aumentando, como também assim foi o apego e até os projetos de vida de incontáveis garotos e suas famílias na busca pelo sucesso dentro do futebol. Passou a ser sinônimo de ascensão, inclusão e de riqueza lícita. É muito boa a sensação de felicidade enquanto, nesse momento, por exemplo, nossos corações batem aflitos e alegres pala talvez conquista de uma sexta estrela – o HEXA CAMPENATO MUNDIAL DA FIFA – hoje, pela primeira vez, acontecendo em um país do Oriente Médio – o Catar, ou Qatar, como queiram, inclusive, em datas nunca antes realizadas por conta de particularidades climáticas.
Eu, verdadeiramente, derramo sorrisos e lágrimas a cada edição de COPA DO MUNDO, mas vou continuar acreditando que a DURA REALIDADE volta já.