O ex-vereador do Rio de Janeiro, Gabriel Monteiro, foi preso na noite desta 2ª feira (7.nov.2022) sob nova acusação de estupro. Ele se apresentou à 77ª DP (Delegacia de Polícia), localizada em Icaraí, em Niterói, na região metropolitana do Rio.
O ex-vereador teve sua prisão preventiva decretada pela Justiça fluminense na tarde desta 2ª feira (7.nov). A decisão foi determinada pelo juiz Rudi Baldi Loewenkron, da 34ª Vara Criminal do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro). O processo corre em sigilo.
A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil do Rio, que confirmou a prisão de Monteiro. Porém, a corporação não deu detalhes a respeito do caso.
Gabriel Monteiro é acusado de estupro, com uso de violência e ameaça. De acordo com o jornalista Ancelmo Gois, do jornal O Globo, o caso teria ocorrido em 15 julho de 2021 e o ex-policial teria utilizado uma arma para intimidar a vítima.
Em vídeo publicado em seu perfil no Instagram antes de se entregar voluntariamente à polícia, Monteiro negou as denúncias e afirmou ser inocente. Afirmou que a prisão preventiva foi decretada por um “crime que não cometeu” e que sua inocência será comprovada. Disse também respeitar as autoridades e acreditar na Justiça.
“Pessoal, é o seguinte: fiquei sabendo pela minha advogada que foi decretada a minha prisão preventiva por um crime que eu não fui escutado na delegacia. Respeito as autoridades, por isso estou vindo aqui. Não fui conduzido pela polícia, assim que fiquei sabendo, vim imediatamente me entregar para a Justiça porque eu acredito nela”, disse.
“Sei que a minha inocência vai ficar comprovada não só tecnicamente, mas para todo o Brasil, de forma que fique incontestável qualquer acusação contra mim”, completou.
A defesa do ex-policial afirmou que “utilizará dos mecanismos jurídicos legais para buscar o reestabelecimento da liberdade de Gabriel Monteiro”.
Leia abaixo a íntegra do que disse a defesa de Gabriel Monteiro:
“O ex Vereador Gabriel Monteiro assim que tomou ciência da decretação de prisão se apresentou IMEDIATAMENTE e VOLUNTARIAMENTE na 77 DP para que fosse cumprido o Mandado de prisão. Contudo, a defesa utilizará dos mecanismos jurídicos legais para buscar o restabelecimento da liberdade de Gabriel Monteiro.”
ENTENDA
Em agosto, a Câmara Municipal do Rio de Janeiro aprovou a cassação do mandato do ex-vereador. Foram 48 votos a favor e 2 contrários à perda do mandato de Monteiro. O político carioca é acusado de estupro, assédio e produção de pornografia infantil.
Além dele, apenas o vereador Chagas Bola (União Brasil) votou para manter seu mandato.
Segundo o presidente da Câmara, Carlo Caiado (DEM), a cassação se deu por “conduta incompatível com decoro parlamentar”. Em 11 de agosto, o Conselho de Ética da Casa aprovou por unanimidade o relatório que pedia a cassação de Monteiro.
O documento foi redigido pelo então vereador Chico Alencar (Psol), e considera acusações feitas pelo programa Fantástico, da Rede Globo. Eis a íntegra (2 MB).
Segundo o relatório, ele teria cometido quebra de decoro parlamentar ao cometer as seguintes infrações:
- filmagem de vídeo íntimo com menor de idade;
- exploração da imagem de crianças vulneráveis a fim de “enriquecimento e promoção pessoal”;
- exposição abusiva e violência contra pessoa em situação de rua;
- assédio sexual e moral contra funcionários; perseguição de vereadores com intuito de “retaliação ou promoção pessoal”;
- utilização de sua equipe de esfera pública para favorecimento de empresa privada; denúncias de estupro por 4 mulheres.
Em 31 de agosto, o TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro) decidiu que Gabriel Monteiro não poderia concorrer ao cargo de deputado federal pelo PL (Partido Liberal). Ele renunciou sua candidatura em 10 de setembro de 2022.