Guilherme de Pádua ficava nu e era complexado, lembra criadora de show de strip

Morto neste domingo (6), Guilherme de Pádua sempre negou seu passado como stripper. Mas Eloína dos Leopardos lembra bem da rápida passagem do ator por seu famoso show erótico, que esquentou a noite carioca por mais de uma década, com seus rapazes que apareciam totalmente nus no palco.

Assassino confesso de Daniella Perez, que voltou ao noticiário após o lançamento da série documental “Pacto Brutal”, Pádua teve uma breve participação no espetáculo.

Foram duas semanas de contrato, o que deve ter resultado em apenas quatro subidas ao palco, de acordo com Eloína, já que os shows aconteciam aos sábados e domingos.

“Eu o pus no espetáculo a pedido de um amigo em comum, Carlos Wilson Damião, que na época era diretor na Globo. Mas foi por um período curto, porque ele recebeu uma chamada para a novela [‘De Corpo e Alma’] logo depois, também por causa desse amigo”, afirmou Eloína por telefone à Folha à época do lançamento da série “De Corpo e Alma”.

A “Noite dos Leopardos” ganhou fama entre os anos 1980 e 1990 com sua ousadia. As performances eram protagonizadas por um grupo de rapazes sarados, que a cada vez que subiam ao palco apareciam com menos peças de roupa. No grand finale, todos ficavam totalmente pelados, com o pênis ereto.

O show era frequentado por todo tipo de gente, incluindo celebridades da própria Globo. A rotina dos rapazes, durante o dia, consistia em fazer musculação e tomar sol, e Eloína relembra que alguns deles faziam programas por fora, com homens e mulheres que iam vê-los.

De acordo com ela, que foi a primeira rainha de bateria do Brasil e hoje se apresenta no Bar da Dona Onça, no centro de São Paulo, Pádua nunca teve comportamento violento nos bastidores -característica sobre a qual Gloria Perez, mãe de Daniella, várias vezes questionou Eloína.

“Ele era muito na dele, quieto. Não se adaptava. Também era muito complexado, porque ele era muito bonito de rosto, mas não de corpo. Ele era grilado por causa disso”, relembrou Eloína. “No final, claro, ele entrava de pau duro, como todo mundo, mas tinha a coisa do pau pequeno, que também mexia com ele.”

“Eu convivi tão pouco tempo com esse rapaz que eu não posso decifrar o que ele era, o que ele tinha por dentro”, acrescentou Eloína, que falou sobre o assunto para a TV à época do assassinato. “A gente nunca sabe, mas às vezes convivemos com o nosso maior inimigo do mundo.”

 

 

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