Aliados alertam Lula sobre “risco Lira”: “Caneta na mão do inimigo”

Igo Estrela/Metrópoles

A possibilidade do PT fechar apoio, com bênção do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, à reeleição de Arthur Lira (PP-AL) para a presidência da Câmara dos Deputados está longe de ser unanimidade dentro do partido. Há, entre congressistas filiados à legenda, quem defenda um eventual endosso à candidatura de Lira como um “tiro pé” e que o gesto simbolizaria “dar a caneta na mão do inimigo”, conforme confidenciou um parlamentar petista ao Metrópoles.

O pessimismo de petistas com a possibilidade da recondução de Lira à Presidência da Casa deve-se à proximidade de um dos pilares do Centrão de Jair Bolsonaro (PL) e as dificuldades que a bancada do PT enfrentou sob o comando do atual presidente da Câmara.

Além disso, existe um temor de que se repita o ocorrido com a então presidente Dilma Rousseff (PT), destituída do cargo acusada de ter cometido “pedaladas fiscais”. Caberá a Lira, se reeleito, se debruçar sobre a análise de pedidos de impeachment contra Lula.

Aliado de Bolsonaro

Nos primeiros dois anos dele na presidência, não houve disposição do deputado em dar tramitação aos pedidos movidos contra Bolsonaro. Em contrapartida, internamente, há uma avaliação de que o parlamentar não teria a mesma “boa vontade” em blindar o presidente petista como teve com o atual mandatário da República.

Mesmo ciente dos riscos, a alta cúpula petista tem acenado positivamente para o atual presidente da Câmara nos últimos dias. Os gestos se intensificaram após o discurso de Lira, nas horas seguintes à confirmação do resultado das eleições de domingo (30/10).

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