Debate entre Cunha e Dantas é marcado por baixaria
Você ver ou rever o debate entre os candidatos ao governo de Alagoas realizado pela TV Pajuçara neste sábado (22/10), mas anote aí: não vale a pena ver de novo, a não ser que você goste de “baixaria explícita”.
Paulo Dantas (MDB) e Rodrigo Cunha (União Brasil) foram para o confronto direto, trocaram xingamentos, chamaram um a outro de “ladrão”, em golpes sucessivos “abaixo da linha da cintura” – se comparado a um “rigue” de box.
É possível rever o debate que foi mediado com muito profissionalismo pelo jornalista Edson Moura, acessando links do TNH1 (veja aqui). Para quem gosta de pancadaria direta, o segundo bloco foi o mais acirrado, mas logo no começo ao se apresentarem, os dois candidatos começaram a se atacar.
Ataques x ataques
Rodrigo Cunha levou como “arsenal” acusações contra Paulo Dantas já bastante difundidas nas redes sociais e guia eleitoral: o afastamento do governo pela operação edema, da Polícia Federal, com abordagem em um hotel de São Paulo, a compra de uma casa em condomínio em Marechal Deodoro e de apartamentos.
O candidato do UB cobrou explicações de crime ocorrido em Batalha, em que foi vitimado Neguinho Boiadeiro, além de citar que o pai do atual governador, Luiz Dantas, teria gravado vídeo contra o filho.
Paulo Dantas levou para o debate acusações ainda pouco divulgadas ou desconhecidas. Chamou Rodrigo Cunha de “estagiário de Arthur Lira” e acusou o candidato de ter comprado uma cobertura na Ponta Verde, depois de ter acessado mais de R$ 54 milhões do “orçamento secreto”. O candidato do MDB também cobrou explicações de gastos de Rodrigo com gasolina no Senado, acusando-o de ter recebido R$ 6 milhões de Arthur Lira para a campanha ao governo e o chamou de traidor por ter se utilizado de bolsonaristas na eleição para o Senado (em 2018) e depois negar apoio a Bolsonaro.
Respostas x repostas
Rodrigo Cunha não declarou voto a Bolsonaro, mesmo tendo sido cobrado para se posicionar por três vezes. Disse que se eleito governador vai governar com qualquer presidente. Sobre gastos de combustíveis, o senador chamou a acusação de “fake news” e atribuiu a acusação a Renan Calheiros. Sobre Arthur Lira, disse que não responde por ele. Rodrigo Cunha ficou devendo respostas sobre a compra da cobertura na Ponta Verde, sobre o fato de perdido a eleição em Arapiraca, sua terra natal e sobre a destinação dos mais de R$ 54 milhões do Orçamento Secreto.
Paulo Dantas reagiu a citação de seu pai dizendo que iria tratar o problema de família “dentro de casa” – e aproveitou para dizer que evitou usar acusações de um processo sigiloso que envolve o divórcio de Rodrigo Cunha. Sobre a aquisição da casa e outros imóveis, o governo se limitou a dizer que os bens estão declarados em cartório e no imposto de renda e que seriam frutos de sua atividade privada, sem dar maiores explicações. Sobre o crime em Batalha, se limitou a afirmar que defende investigação transparente e até a federalização da investigação.
Propostas x propostas
Saindo do campo pessoal, o tema que dominou o debate foi a suspensão da entrega de cestas básicas do programa “Pacto Contra Fome”, que Rodrigo Cunha se atrapalhou e chamou de “Pacto Pela Fome”.
Os dois candidatos, apesar da troca de acusações, se comprometeram a manter a distribuição de cestas básicas.
Fora disso, o que se viu de propostas foi muito pouco: Paulo Dantas prometeu fazer concurso público na saúde, construir novos hospitais e UPAS, além de manter as atuais obras em execução no Estado. Entre novidades, prometeu criar programas que vão isentar motos e carros de aplicativos de pagar o IPVA, Mais Médicos Alagoas e o 13o do Cartão Cria.
Rodrigo Cunha apresentou como principal proposta a criação do auxílio Alagoas, que seria pago com economia de dinheiro transferido para a Assembleia Legislativa, além de um programa para ‘limpar’ nomes de pessoas endividadas.