Debate na TV Gazeta é marcado por troca de farpas entre candidatos; veja como foi!

O debate realizado pela TV Gazeta, nessa terça-feira (27), foi marcado por troca de alfinetadas entre os candidatos ao governo de Alagoas. Dentre os temas, foram discutidos Educação, Agricultura, Sistema Prisional, mas outros não passaram despercebidos, como orçamento secreto, fome e alianças políticas. Collor aproveitou a oportunidade para anunciar que nomeará Alfredo Gaspar de Mendonça para ser secretário de Segurança Pública do Estado.

A TV Gazeta de Alagoas realizou o debate entre os candidatos ao governo do Estado, que começou às 22h30 e terminou próximo a uma hora da madrugada.

Participaram do debate seis candidatos: Collor (PTB), Paulo Dantas (MDB), Rui Palmeira (PSD), Rodrigo Cunha (União Brasil), Luciano Almeida (PRTB) e Cícero Albuquerque (PSOL).

O debate teve quatro blocos. No primeiro e no terceiro, os candidatos fizeram perguntas entre si e com temas de livre escolha. O segundo e o quarto, com temas pré-definidos. Em todos os blocos cada candidato teve direito a perguntar e responder apenas uma vez.

Pela ordem definida previamente, o primeiro a peguntar foi Rui Palmeira, que se direcionou ao candidato Rodrigo Cunha. Na pergunta, Palmeira escolheu como tema a entrega de obras, como casas populares e a área revitalizada da antiga favela do Jaraguá. Assim, ele perguntou se Cunha tem obra relevante em Maceió.

Cunha respondeu: “Fizemos trabalho em todos os municípios, inclusive Maceió”, citando o programa de CNH gratuita, e, em Arapiraca, a entrega do Hospital do Amor, que cuida de mulheres com câncer. “Aqui em Maceió, foram mais de R$ 50 milhões destinados para fazer essas parcerias de sucesso. Trabalho não falta, inclusive de maneira extremamente transparente”.

A segunda pergunta foi feita por Paulo Dantas ao candidato Luciano, sobre Saúde, citando a pandemia da Covid-19. “Imagine passar pela pandemia apenas com o HGE e a Unidade de Emergência de Arapiraca. Como seria o enfrentamento da pandemia somente com essas unidades?”.

Luciano disse que, embora tenha divergências com o atual governo, ele acredita que este tenha agido de forma “exemplar”, relembrando a criação de hospitais e publicações de decretos para o isolamento social. “Alagoas deu exemplo para o Brasil na criação de hospitais, nos decretos, por mais que tenham causado controvérsias, mas, se não tivesse agido daquela forma, acredito que teríamos mais mortes do que tivemos”, respondeu.

Collor foi o terceiro a perguntar e se dirigiu ao candidato Paulo Dantas, perguntando sobre o parecer de Dantas, quando era deputado, contra a redução do ICMS para produtos essenciais, como aqueles da cesta básica, combustíveis e gás de cozinha.

Dantas, em resposta, enfatizou que criou o pacto contra a fome. “O Estado de Alagoas está preparado para sempre levar os melhores programas e serviços”. Paulo Dantas disse, ainda, que a ação foi para exigir a compensação da perda de receita e que baixou o valor do ICMS.

Collor respondeu: “A realidade é a seguinte: o senhor ingressou no STF, contra decisão do presidente de reduzir o preço dos combustíveis, gás de cozinha e itens das cestas. Essa ação continua no Supremo. O senhor continua insistindo em tentar não baixar o preço do gás de cozinha, da compra de cestas e do combustível. Eu gostaria de dizer que, assumindo o governo, a primeira coisa que farei é retirar essa ação do Supremo, que se aprovada, impedirá a população que passa fome de ter direito a essa redução”.

O próximo a perguntar foi Luciano Almeida, que questionou Rui Palmeira, sobre o que o Projeto Auxílio Alagoas trará de diferente aos programas assistenciais já existentes.

“Temos Alagoas como campeã no mapa da fome. Hoje, o Estado só teve a capacidade de investir metade dos recursos [do Fecoep]. Ou está fazendo caixa ou está desviando esse recurso. O Auxílio Alagoas será a nossa primeira inciativa. Já em 1º de janeiro, vamos enviar projeto para a assembleia”, afirmou Palmeira.

O segundo bloco iniciou com a pergunta sobre Agricultura. Mas, em vez de perguntar sobre o tema, Rodrigo Cunha se direcionou a Paulo Dantas pedindo explicações sobre investigação da Polícia Federal sobre suposto envolvimento do atual governador em casos de corrupção no período em que ela era diretor da Assembleia Legislativa do Estado (ALE). Em resposta, Dantas falou que Rodrigo Cunha “é um candidato fake”.

Rodrigo Cunha é candidato pelo União Brasil – Foto: Ailton Cruz

“Quero falar que Rodrigo Cunha é candidato fake, ele já foi processado cinco vezes por mentira. Você é uma vergonha. A sua máscara caiu”.

O terceiro bloco continuou com a troca de farpas entre os candidatos. Cícero, por exemplo, apontou incoerência em Paulo Dantas. Afirmou que o candidato emebista ao governo do Estado se apresenta como progressista. “O que não é verdade”, disse o psolista. Segundo ele, progressista não votaria a favor da privatização da Eletrobras e da Casal.

“Eu recebi no palácio a comunidade indígena, quilombola, LGBT, agricultores familiares. Quero dizer que a Eletrobras era do governo federal e a Casal foi feita parceria público-privada para levarmos saneamento para os 102 municípios e para todas as pessoas do nosso Estado”, defendeu-se Paulo Dantas.

Já Luciano Almeida destacou de Rodrigo Cunha “a incoerência”. Ele cita que, segundo o Jornal Valor Econômico, Cunha foi um dos maiores beneficiários do orçamento secreto. “Quem o eleitor deve votar, em quem votou contra [o orçamento secreto] ou em quem recebeu?“, indagou Almeida. Cunha, em resposta, citou que todos os gastos dele como parlamentar podem ser fiscalizados por meio do portal da transparência.

“Me entristece muito, candidato, pois, Alagoas depositou grande confiança no senhor. O senhor se rendeu ao orçamento secreto, aos comandos do deputado Arthur Lira. Trocou de partido que lhe estendeu a mão por conta de fundo partidário. Sabe quanto recebi até agora? Zero. Ganhar ou perder a eleição faz parte do jogo, agora não disputo eleição a ferro e fogo, mudando todos os meus interesses”, disse Luciano.

Na pergunta seguinte, Paulo Dantas perguntou a Collor qual o projeto que ele tem para o plano econômico fiscal em Alagoas.

Paulo Dantas é o candidato ao governo pelo MDB. – Foto: Ailton Cruz

“Em primeiro lugar, manter as contas regulares e em dia. O Presidente da República que apresentou até hoje em toda história republicana superávit mensal na sua execução orçamentária foi durante a minha gestão”, enfatizou Collor. Ele complementou: “É necessário fazer planejamento, gestão, para que possamos, com a arrecadação que Alagoas proporciona ao governo de Alagoas, retribuir à população alagoana, sobretudo fazer com que as carências da população não sejam tão sentidas como nos dias de hoje”.

Sobre Agricultura, Rui Palmeira, ao perguntar a Cícero, disse que o governo do Estado abandonou a agricultura familiar. “A Secretaria de Agricultura foi o pior espaço que Renan Filho teve”, afirmou Cícero, ressaltando ainda que o abandono, segundo ele, é problema antigo e herança de outros governos anteriores.

Ainda no terceiro bloco, quando os candidatos fizeram perguntas com temas livres, Collor perguntou a Rui Palmeira: O que dizer de um candidato que deixa um partido e vai para outro que antes ele criticava?”.

“Incoerência, sobretudo de Cunha. Ele entrou com ação que poderia, sim, suspender a entrega de cestas básicas, mas foi entregar remédio ao lado do prefeito de Maceió. Não tem credibilidade, não dá pra confiar. Ele tinha aversão ao Arthur Lira, não chegava perto do Biu de Lira em 2018. Ele não tem coerência e repito: não conseguiu mostrar serviço aqui em Maceió. Onde tem um metro de asfalto, tijolo para construir uma casa? Infelizmente não tem. Pulou de partido e caiu nos braços de Arthur Lira. Votou contra o fundão e é o candidato que mais usa o fundão”, expôs Rui Palmeira.

“Essas incoerências têm que ficar visíveis a todos”, disse Collor. “Temos a questão do candidato trair o presidente, se aproveitando da onda bolsonarista em 2018”, acrescentou Collor.

No quarto e último bloco, um dos temas foi o Sistema Prisional. Rodrigo Cunha perguntou a Paulo Dantas se ele sabe o prejuízo que é para o povo alagoano, o Estado ser o único a não ter um regime semiaberto.

Paulo Dantas começou a a responder a pergunta falando sobre Segurança Pública. Disse que a ressocialização funciona no Estado e citou a nomeação de quase 400 policiais penais.

Cunha afirmou que a não existência de semiaberto estimula a impunidade, porque, quem comete crime sabe que poderá voltar para casa, mesmo cumprindo a pena em regime semiaberto.

“Você estimula a impunidade. Quando você faz o mal, tem que pagar por ele, e esse Estado é omisso em fazer isso”, afirmou Cunha, enfatizando o caso da mãe, que foi assassinada pelo próprio suplente. Atualmente, o assassino condenado responde pelo regime semiaberto.

Paulo Dantas afirmou, então, que Cunha usa a família como palanque político. Disse que ele “caiu no colo de Lira”, e está “atolado” com o Centrão.

Considerações finais

Nas considerações finais, Cícero Albuquerque, o primeiro a falar, disse defender o povo pobre. “Estamos lutando para mudar a vida do povo pobre do país. Eu tenho vindo de corpo e alma e não tenho dobradinha com ninguém”.

Paulo Dantas citou o programa de Pacto Contra a Fome e afirmou que a campanha teve como base todo o trabalho já colocado em prática e os projetos futuros. “Uma campanha que passou trabalho e projetos. Por onde passei, as pessoas me diziam: governador, o Estado está avançando, não deixe nada parar”.

Collor disse ter sentido falta sobre o tema da Segurança Pública. E anunciou Alfredo Gaspar como secretário da pasta, em caso de ser eleito. “Gostaria de anunciar que meu secretário de Segurança Pública será Alfredo Gaspar de Mendonça, ao mesmo tempo que quero ratificar os valores que cultuo: Deus, pátria, liberdade.

Luciano Almeida, em sua fala, disse que a vitória de Cunha é aumentar “o clã dos caldas” e que Alagoas merece mudanças”, afirmou.

Luciano Almeida é o candidato pelo PRTB – Foto: Ailton Cruz

Rui Palmeira disse ter orgulho da própria história, mencionando ter sido deputado federal, estadual e prefeito por Maceió. “Meu maior avanço na educação de toda história de Maceió. Fiz muito pela capital e vou fazer muito mais por Alagoas.

Cunha finalizou as considerações destacando sua trajetória. “Todo mundo sabe quem é quem, que minha história de vida é de superação, limpa, de trabalho”.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *