O que vai acontecer quando a rainha da Inglaterra morrer? Conheça o protocolo
Com a notícia da morte da rainha Elizabeth II, a mais longeva monarca do Reino Unido, diversas questões que envolvem a família real britânica começaram a surgir na internet. A verdade é que existe um protocolo para uma eventual morte da soberana.
O protocolo fúnebre para a morte da monarca é chamado de London Bridge, ou Ponte de Londres, e dura diversos dias, envolvendo imprensa, chefes de estado e membros da família real. O compilado de ações após o falecimento da rainha foi compilado originalmente pelo jornal The Guardian. Somente após o cumprimento de todos esses pontos é que ela, quando, um dia, falecer, poderá ser velada e enterrada.
1 – Quando a rainha morrer, quem receberá o comunicado em primeira mão é o primeiro-ministro do Reino Unido, no caso, a primeira-ministra Liz Truss, que foi empossada na última terça-feira (6), pela rainha Elizabeth. O secretário pessoal da realeza usará um código, e dirá: “A ponte de Londres caiu”.
2 – Após os protocolos internos da família real, os chefes de Estado que possuem relação com o Reino Unido receberão o comunicado por meio de um equipamento específico, em uma frequência de rádio. 15 territórios fora do Reino Unido, onde a rainha também é chefe de estado, serão avisados, assim como as 36 nações da Commonwealth. Esses chefes de Estado deverão, após o comunicado, portar uma bandana preta no braço direito.
3 – A imprensa será comunicada oficialmente em seguida, enquanto o site do Palácio de Buckingham irá mudar e se tornará uma página com fundo preto e uma mensagem de luto.
4 – Um alarme soará na rádio BBC. É um alarme específico, que nunca foi ouvido pela maioria dos repórteres da emissora.
5 – Nas demais emissoras de rádio, a programação será cancelada. No caso das rádios, as músicas devem ser trocadas por uma playlist específica, preparada para a tragédia.
6 – Todos os trabalhadores poderão voltar para suas casas após o anúncio oficial, com exceção dos que atuam nos serviços essenciais. Em aviões, assim que receberem o comunicado, os pilotos devem informar aos passageiros sobre a morte da soberana.
7 – O corpo da rainha será levado, após todos os trâmites, para Sala do Trono, no Palácio de Buckinham, em um caixão que possui uma tampa falsa. Nesse espaço, irão as joias reais. No palácio, ela ficará junto de uma mortalha e do estandarte real. Ao lado desses adereços, quatro Granier Guards, tradicionais guardas britânicos, permanecem a postos.
8 – O Duque de Norfolk assume os preparativos do funeral. Os duques desse condado são os responsáveis tradicionais dos serviços funerários da realeza desde 1672.
9 – Todas as partidas de cricket, rugby e hockey serão canceladas, assim como corridas de cavalo. Os teatros deverão interromper a programação, caso a morte ocorra antes das 16h. Caso ocorra após esse horário, a programação deverá ser mantida.
10 – No dia seguinte à morte da rainha, exatamente às 11 horas da manhã, Charles será declarado rei.
11 – O funeral da rainha ocorrerá após nove dias depois da morte. Esse é o tempo que guardas e padres terão para ensaiar os movimentos e protocolos ritualísticos.
12 – Dez pessoas carregarão o caixão da monarca, que deve ser revestido por chumbo, como é costume na família real britânica. O caixão da princesa Diana pesava cerca de 250 quilos.
13 – A guarda do caixão da rainha deverá ser trocada a cada 20 minutos, por 23 horas. O guarda mais jovem ficará próximo da cabeça, o mais velho, dos pés.
14 – A família real espera que ao menos meio milhão de pessoas participem do cortejo fúnebre. Uma procissão deverá acompanhar o caixão até a Abadia de Westminster. Quando o caixão adentrar a porta da catedral, às 11h, todo o país deverá fazer silêncio. Trens deverão interromper anúncios e todos os veículos deverão parar, os passageiros deverão sair dos veículos em sinal de respeito.
15 – O funeral terá dois mil convidados. A imprensa ficará camuflada em simulacros de paredes de tijolos.
16 – Por fim, o caixão será levado para o claustro, onde será içado ao jazigo real. Quando as portas da capela forem fechadas após o enterro, todas as transmissões, inclusive televisivas, devem ser interrompidas. Lá dentro, o então Rei Charles deverá jogar um punhado de terra vermelha de uma tigela de prata em cima do caixão.