Prefeito de Rio Largo foi preso porque jogou celular pela janela, revela defesa

O motivo da prisão do prefeito afastado da cidade de Rio Largo, Gilberto Gonçalves, nesta segunda-feira (22), foi o fato dele ter jogado o celular pela janela durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão na casa dele no último dia 11 deste mês. Gilberto Gonçalves está preso no Presídio Baldomero Cavalcanti, em um módulo especial, por deter prerrogativa de função.

A justificativa, segundo a defesa de Gonçalves, consta na representação feita pela Polícia Federal (PF), junto ao Tribunal Regional Federal da 5ª Região, que autorizou a prisão preventiva. O celular foi apreendido, mesmo tendo sido lançado fora.

A PF informou que “identificou-se uma atuação visando impedir ou embaraçar a investigação que envolve organização criminosa”. Para o advogado Fábio Gomes, que atua na defesa do prefeito afastado, a PF induziu o desembargador a erro.

O advogado disse que deve tentar convencer o desembargador a reconsiderar a decisão. Além disso, Gomes disse que vai entrar com pedido de liberdade para Gilberto Gonçalves do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A prisão de Gonçalves é preventiva, o que significa que não há prazo para que ele seja solto. O prefeito afastado também não passará por audiência de custódia, tendo em vista que na decisão em questão não cabe este dispositivo da Justiça.

O CASO

Gilberto Gonçalves foi preso preventivamente na manhã desta segunda (22), durante a segunda fase da Operação Beco da Pecúnia, que apura crimes como desvio de recursos, lavagem de dinheiro e organização criminosa com recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e Sistema Único de Saúde (SUS).

De acordo com a assessoria da comunicação da PF em Alagoas, o preso foi conduzido nesta manhã à sede do órgão para ser ouvido, mas decidiu usufruir do direito constitucional de permanecer calado. Ele não ofereceu resistência no momento da prisão.

Além do mandado de prisão, também foi cumprido nesta segunda, no município de Rio Largo, um mandado de busca e apreensão, mas de acordo com a PF/AL, não houve arrecadação de material relevante.

Os crimes apurados pela operação ocorreram entre os anos de 2019 e 2022. De acordo com a investigação, os mandados foram cumpridos nesta segunda após ser identificada uma atuação visando impedir ou embaraçar a investigação que envolve organização criminosa, crime previsto no art. 2º, §1º, da Lei n. 12850/13.

O nome Beco da Pecúnia é uma referência ao local onde a Polícia Federal flagrou quatro entregas de valores a pessoas vinculadas a Rio Largo, logo após terem sido sacados por duas pessoas ligadas às empresas contratadas pelo Município.

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