Polícia diz que motorista por aplicativo assassinada em Maceió tentou fugir do carro com chutes e mordida

A Polícia Civil de Alagoas divulgou na noite desta terça-feira (16) a dinâmica do latrocínio (roubo seguido de morte) que resultou na morte da motorista por aplicativo Amanda Pereira dos Santos, de 27 anos. O homem que foi preso e confessou o crime contou que a vítima tentou fugir do carro com chutes no vidro e mordendo uma mulher envolvida no crime, mas foi sufocada até a morte por mais de oito minutos.

O delegado-geral da Polícia Civil, Gustavo Xavier, e o titular da Delegacia de Homicídios de Rio Largo, delegado Igor Diego, receberam a imprensa no Centro Integrado de Segurança Pública (CISP) de Rio Largo para dar detalhes sobre o crime e a primeira prisão.

O delegado Gustavo Xavier disse que a Polícia Civil começou a investigar o caso assim que o carro da vítima foi encontrado abandonado. Buscas por suspeitos foram realizadas pelas Polícias Civil e Militar.

“Minutos depois, equipes da Inteligência da Polícia Civil conseguiram localizar onde o corpo foi deixado. Depois de muito trabalho, de muitas diligências, com a participação tanto da equipe do delegado titular de Rio Largo, Igor Diego, da Inteligência da Polícia Civil e da Polícia Militar. O próprio BOPE esteve presente também, fez diligências na cidade de Rio Largo tentando identificar quem seria os autores desse crime. No final da tarde de hoje, uma equipe da OPLIT conseguiu identificar e localizar o autor do crime, que teria estrangulado a vítima até a morte”, disse o delegado.

Jackson Vital dos Santos, 27 anos, foi preso e confessou ter matado Amanda Pereira por estrangulamento. Ele disse que participou do latrocínio junto com um casal identificado como Yuri e Mari “Estelinha” (clique aqui para ver as imagens dos suspeitos divulgadas pela polícia).

Os delegados disseram que Jackson Vital mora no mesmo local em que a mãe do suspeito identificado como Yuri reside, no Jarbas Oiticica, em Rio Largo. Já Yuri e a companheira Mari “Estelinha” moram no Village Campestre II, na Cidade Universitária, com o pai dele.

Na confissão à polícia, Jackson Vital disse que, após assassinar a motorista, ele e o casal abandonaram o carro da vítima e roubaram a quantia de R$ 180, o estepe, o celular da motorista e o som do carro dela.

Segundo o delegado Igor Diego, Jackson Vital foi o terceiro envolvido no crime a ser identificado, mas foi o primeiro a ser preso, porque o casal fugiu.

“Conseguimos identificar a princípio o casal que teria participado desse crime. O casal que estava aqui na cidade de Rio Largo, que chamou o Uber aqui da cidade de Rio Largo, mas já não se encontrava mais na localidade no momento. Então, nós continuamos verificando que tinha um terceiro envolvido neste crime e conseguimos chegar até ele no final da tarde e ele confessou”.

Ao ser ouvido pelo delegado, Jackson Vital disse que o casal que fugiu chamou a corrida que foi aceita pela vítima. A intenção inicial era somente roubar quem aceitasse fazer a corrida.

“Ele [Jackson Vital] disse que saiu daqui do Jarbas Oiticica, em Rio Largo, com destino à cidade de Marechal Deodoro, que foi escolhida como destino porque era o local onde a família da suspeita conhecida como Mari morava. Eles escolheram esse local, mas já haviam praticar o crime patrimonal, que era subtrair os pertences de quem viesse buscá-los. Eles não sabiam se era uma mulher ou um homem que realizaria aquela corrida”.

O delegado contou que para anunciar o assalto, o homem que foi preso utilizou um simulacro de arma.

“Pediram para parar o veículo. Ao realizar a parada do veículo, o indivíduo que estava atrás dela [Jakcson Vital] puxou arma de fogo, que segundo ele, era uma um simulado de pistola e anunciou o assalto. Nesse momento, colocaram a jovem para o banco de trás e o indivíduo conhecido por Yuri foi para o banco da frente e assumiu a direção do veículo, enquanto que o outro indivíduo conhecido por Jackson, que foi preso, foi para o banco de trás e ficou com a responsabilidade de enforcar a vítima”, disse o delegado.

O delegado Igor Diego contou que Jackson Vital relatou que a vítima tentou fugir do carro com chutes e mordida.

“A vítima tentou de todo modo se soltar daquela situação. Ela desferiu diversos chutes no vidro do veículo para tentar fugir. Chegou a morder a bochecha da mulher que estava a agredindo naquele momento e ele [Jackson] ficou com o braço arranhado pelas unhas da jovem”.

O homem também confessou à polícia que sufocou a motorista por mais de oito minutos até que ela parou de reagir.

“Infelizmente ele disse que passou mais de oito minutos segurando o pescoço dela e apertando e quando percebeu ela já estava desfalecida”, disse o delegado.

A Polícia Civil também deu detalhes sobre a participação de cada um dos três envolvidos no latrocínio.

“Nessa situação, o indivíduo que estava dirigindo o carro ficou muito nervoso e começou a estancar o veículo, foi quando o Jackson, que havia esganado a jovem, passou para o banco da dirigir o veículo com destino a Maceió novamente e buscaram a todo momento um lugar ermo para deixar a jovem até que chegaram num local próximo conhecido como Cachoeira do Merim e desovaram infelizmente a jovem naquele local e seguiram com o veículo para a localidade conhecida como Village Campestre, que é a localidade onde o Yuri e a Mari residem com o pai dele”.

Segundo o delegado Igor Diego, os suspeitos Yuri e Maria “Estelinha” criaram um cadastro de passageiro no aplicativo Uber com dados de uma pessoa que mora no estado da Bahia.

O delegado disse também que parentes de Yuri confirmaram que ele e a mulher participaram do latrocínio.

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