Alagoas tem média diária de 32 multas pelo não uso de capacete
Apesar de ser um dos itens mais importantes e essenciais, o capacete ainda é deixado de lado. O resultado disso é retratado em números: 4.875 multas aplicadas pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran) pelo não uso do objeto de proteção entre os meses de janeiro e maio deste ano em Alagoas. Uma média de 32 ocorrências desse tipo por dia.
A quantidade de multas aplicadas nos cinco primeiros meses deste ano já é maior que todo 2021, que registrou 4.612. Em 2020, esse tipo de infração gerou 2.153 ocorrências e, em 2019, perto 6,1 mil. O uso do capacete salva vida, tanto que estudos apontam que esse objeto pode prevenir cerca da maioria dos traumatismos crânio-encefálicos e dos traumatismos da face, isso porque minimiza os efeitos causados por impacto contra a cabeça do usuário no momento do acidente.
O caso de um motociclista do Rio de Janeiro que foi atropelado por um ônibus e salvo porque estava com o equipamento de proteção mostra bem o quanto é importante o uso adequado do capacete. No dia 18 de julho, Alex Silva Peres, de 19 anos, sofreu um grave acidente mas saiu andando e sem graves ferimentos após entrar numa curva da Avenida dos Colonizadores, no bairro São José, em Belford Roxo. Alex se deparou com o ônibus chegando, tentou frear, mas escorregou e foi parar embaixo do veículo. A cena que viralizou mostrou que o capacete salvou a vida do motociclista.
Pelos levantamentos do Detran/AL, em 2022, o mês com mais flagrantes de motociclistas sem o equipamento foi março, com 2.012; seguido de maio com 1.152 e abril com 829. Nesses casos, os condutores estavam em motocicleta, motoneta e ciclomotor sem capacete de segurança. Em nota, o Detran de Alagoas informou que realiza periodicamente ações educativas por meio de palestras de conscientização e Blitz educativas em parceria com a Operação Lei Seca e com as SMTTs do Estado com o intuito de sensibilizar os condutores de motocicleta para a adoção de um comportamento seguro, que deve incluir o uso correto do capacete com a cinta jugular fechada.
“Não se trata, desta forma, apenas de uma infração no trânsito, mas o fato de que conduzir uma motocicleta sem os devidos equipamentos de segurança, como o capacete, pode acarretar em um caso de sinistro no trânsito, como dados apontam que a não utilização do capacete aumenta em até 40% o risco de morte ou lesões graves, segundo o Observatório Nacional de Segurança Viária e ABRAMET”.
De acordo com informações do Detran, a autarquia também instituiu o Plano de Segurança Viária para Motociclistas que tem o objetivo de reduzir sinistros de trânsito com este público de risco por meio de ações de educação, fiscalização e engenharia.
“Também realizamos cursos de pilotagem defensiva em parceria com o projeto Moto Amiga que foi criado por uma rede de concessionárias de motos. Neste ano de 2022, o Detran de Alagoas já ministrou aulas do tipo a primeira turma no município de Arapiraca. Aliado a isto, este tema sempre é inserido nas campanhas educativas; o uso do capacete para condutor e passageiro e a idade correta para o transporte de crianças em motocicletas”, informa o órgão.
Entre as possíveis causas para o aumento do número de infrações, segundo o Detran, podem estar relacionadas ao aumento do número de ações de fiscalização neste período pós-pandêmico e devido a cultura de Segurança Viária de muitos municípios no interior do Estado, na qual a população acredita não ser necessário utilizar o capacete pelas localidades de deslocamento serem próximas ou por receio de serem confundidos com pessoas que usam a moto para realizar delitos.
*Gazeta web