Arthur Lira tenta rachar com Collor palanque de Bolsonaro em AL
O senador Fernando Collor (PTB) tomou para si a tarefa de montar o palanque de Jair Bolsonaro (PL) em Alagoas. Fez isso enquanto o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP) montava o palanque do senador Rodrigo Cunha, candidato a governador do União Brasil, e da deputada estadual Jó Pereira (PSDB), candidata a vice-governadora da chapa.
Enquanto Collor espalhava outdoors com Bolsonaro e mobilizava os alagoanos para receber o presidente em Maceió, o presidente da Câmara dos Deputados cuidou de montar chapas proporcionais no UB e no PP, além de coordenar diretamente a articulação de diferentes legendas no Estado.
Como era de se esperar, Collor caiu no gosto dos bolsonaristas em Alagoas. E o gosto foi tanto que parece ter incomodado não só lira, mas também seus principais aliados do UB. Enquanto o candidato a governador do PTB cresce nas pesquisas, despontando como favorito para uma das vagas no segundo turno na eleição para o Palácio dos Palmares, o candidato de Arthur Lira ao governo, Rodrigo Cunha, caiu da primeira para a terceira posição.
Em meio a esse cenário, Arthur Lira participou de um evento com representantes do agronegócio de Alagoas nessa segunda-feira (08/08) e levou com ele o ex-secretário de Segurança Pública, Alfredo Gaspar de Mendonça, candidato a deputado federal pelo UB.
No evento, Gaspar e Lira saíram em defesa de Bolsonaro e buscaram emplacar um discurso bolsonarisnta. Tentam agora, juntos, “dividir” com Collor o bolsonarismo de Alagoas.
No encontro Arthur Lira (PP) disse, segundo a Folha de São Paulo, que “ninguém representa mais [Jair] Bolsonaro em Alagoas” do que ele. “Ninguém vai roubar isso. Temos que saber diferenciar quem precisa de Bolsonaro e quem ajuda Bolsonaro a trabalhar”, disse o presidente da Câmara – (veja abaixo).
Fora do baile?
A nova estratégia de Arthur Lira, de buscar reforço político entre os bolsonaristas em Alagoas, ainda carece de “ajustes” – aparentemente. O candidato ao governo de sua coligação, Rodrigo Cunha, se recusou a montar o palanque do atual presidente no Estado até o momento. Terá que chamar para si a tarefa agora ou pode correr o risco de perder espaço para um “bolsonarista raiz”, de sua chapa. Mas essa é outra história.