Número de feminicídios cresce 23,5% em sete meses no Estado
Sancionada em 7 de agosto de 2006, a Lei nº 11.340, conhecida como Lei Maria da Penha, completou 16 anos no último domingo (7). Criada com o objetivo de proteger a mulher da violência doméstica e familiar, a lei recebeu esse nome devido à luta de Maria da Penha por reparação e justiça.
De acordo com os dados, nos primeiros meses de 2022, foram registrados 21 feminicídios, contra 17 no mesmo período do ano passado. Apenas no mês de julho foram seis casos ocorridos em Maceió (2), Arapiraca (2), Jacuípe (1) e São Miguel dos Campos (1). Destes casos, três ocorreram numa mesma semana, onde mulheres foram vítimas de seus companheiros.
Em comparação com o mesmo mês do ano passado, o número é 23% maior. O caso mais recente de feminicídio ocorreu no dia 21 de julho, em Maceió. Maria Aparecida Bezerra, de 54 anos, foi morta com golpes de faca pelo companheiro Alisson Bezerra, de 44 anos, no bairro do Antares.
No dia 19, em Arapiraca, Diego Fernandes Lira da Silva, matou a esposa, Daniela Fernanda Silva Belo, de 29 anos, a facadas na frente dos filhos, de 3 e 5 anos. Segundo informações da polícia, ele teria confessado o crime em áudio enviado para a cunhada. Já no dia 14 de julho, um casal foi encontrado morto no quarto da residência que moravam no Pontal da Barra, em Maceió. Cláudio Jackson Barbosa dos Santos, de 36 anos, matou a companheira, Maria Elenilda Vieira da Silva, de 28 anos, e depois do crime cometeu suicídio.
CRIMES VIOLENTOS
A SSP divulgou o relatório de Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLI) – homicídio doloso, roubo seguido de morte (latrocínio), lesão corporal seguida de morte, resistência com resultado morte e outros crimes violentos que resultem em morte. Durante os sete meses de 2022, foram registradas 696 mortes violentas em Alagoas. Em julho, foram 96 homicídios, uma média de 3,28 por dia. O número é 26,3% maior que o mesmo período do ano passado.
Destes crimes, 90,6% tiveram homens como vítimas e jovens entre 18 e 29 anos representam 43,8% dos homicídios. Entre 30 e 59 anos, 42,7% foram vítimas. E adolescentes de 12 a 17, representam 9,4% das mortes violentas. Em Alagoas, 56,3% das mortes ocorreram em locais ou vias públicas; 75% dos crimes foram praticados com arma de fogo, 12,5% por arma branca e 6,3% se deu por espancamento.
Em Maceió, os bairros do Benedito Bentes (44), Cidade Universitária (24), – ambos situados na parte alta da cidade -, e Jacintinho (39) registraram, respectivamente, o maior número de homicídios em 2022.
Os bairros da Garça Torta, Mangabeiras, Ponta Verde, Canaã, Ouro Preto, Santo Amaro, Fernão Velho e Mutange não registraram casos de mortes violentas no período.
O relatório também traz os dados referentes aos municípios do interior de Alagoas. Além de Maceió com 223 mortes violentas, Arapiraca (43), Rio Largo (27), Maragogi (20), União dos Palmares (19), Penedo (16), São Luiz do Quitunde (15), São Miguel dos Campos (14), Coruripe (13), São Sebastião (12) e Santana do Ipanema (11) foram os que tiveram os maiores números relacionados às mortes violentas em 2022. Chã Preta, Ibateguara, Pindoba, Belém, Coité do Nóia, Estrela de Alagoas, Limoeiro de Anadia, Minador do Negrão, Roteiro, Batalha, Belo Monte, Jacaré dos Homens, Jaramataia e Palestina foram os únicos a não registrarem nenhum crime de homicídio este ano.
*Gazeta web