Policial fake jurava amor eterno a vítimas usando cueca com foto delas
As armas de sedução usadas pelo falso policial “Don Juan” Samuel Carlos da Silva Batista, 31 anos, faziam parte de um repertório interminável usado para conquistar as vítimas. Flores, jantares românticos, viagens a dois e até cuecas customizadas com o rosto das “amadas” integravam o cardápio de declarações apaixonadas do golpista.
Em um vídeo gravado durante um momento de descontração, onde estavam o golpista, uma de suas namoradas e um casal de amigos, o quarteto brinca, em uma mesa de bar, sobre as cuecas customizadas. O policial “fake do amor” brinca levantando a camisa e puxando a peça íntima que estava vestindo, onde havia fotos estampadas com o rosto da companheira.
A coluna apurou que a mulher seria uma nova investida do Don Juan, por ter independência financeira e ser dona do próprio negócio. O perfil das mulheres alvos do estelionatário eram justamente presas jovens, resolvidas financeiramente e que estivessem em busca de relacionamento sério.
O falso PM costumava elaborar decorações apaixonadas para todas as namoradas que mantinha simultaneamente em sua vida. Caminho com pétalas de rosas, balões vermelhos em forma de coração e declarações de amor enfeitavam as camas nos vários “ninhos de amor” que o estelionatário frequentava.
Uma das vítimas que amargou enormes prejuízos financeiros chegou a filmar quando foi surpreendida pelo “policial fake do amor”. A cama havia sido decorada com os dizeres “eu te amo”, enquanto as paredes tinham recebido fitas e balões vermelhos. Sobre a cama havia sempre um presente.
Várias fardas
Segundo uma empresária de Ceilândia, que se relacionou com Samuel durante dois anos e perdeu R$ 26 mil, o falso policial incorporava o personagem e todos que o cercavam, a exemplo de amigos e familiares, acreditavam que ele integrava as forças da segurança pública.
“Amigos há mais de oito anos acreditavam, de fato, que ele era policial. Ele não enganava apenas as namoradas, iludia a todos”, disse a vítima.
De acordo com a ex-namorada, o golpista passava dias sem aparecer com a desculpa que estava participando da caçada ao serial killer Lázaro Barbosa que ocorria no Entorno do DF e durou 20 dias. “Ele é tão picareta que chegava ao ponto de voltar para casa e tomar remédio para carrapato, além de entregar a farda toda suja e cheia de carrapicho pedindo para que eu lavasse”, desabafou a vítima.
Quando uma das enganadas desconfiou, a rede de mentiras foi desmantelada e uma enxurrada de ocorrências registradas em diferentes delegacias da Polícia Civil do DF. O modus operandi do estelionatário era sempre o mesmo: conhecia as vítimas por meio de um aplicativo de relacionamento – normalmente o Tinder – ou por intermédio de amigos em comum. Sedutor, o larápio logo passava a fazer parte da vida delas.
Depois de alguns meses de namoro, o golpista colocava em prática a estratégia para arrancar dinheiro. Apesar de supostamente integrar as fileiras da PMDF ou da PMGO, o estelionatário fingia estar com as contas bancárias bloqueadas. “Ele ganhava a confiança, era carinhoso, amoroso, e fazia todas as vontades. Depois de algum tempo, começava a pedir R$ 2 mil, R$ 3 mil, e até carros”, contou uma empresária ouvida pela coluna que passou dois anos namorando o golpista e perdeu R$ 26 mil.