Polícia pede exclusão de mais de 60 aprovados em concursos públicos de Alagoas por meio de fraudes
A Polícia Civil solicitou à Justiça a exclusão de 61 candidatos aprovados por meio de fraudes em concursos da Polícia Civil, da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros de Alagoas, realizados em 2021. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (18) pelo delegado-geral da Polícia Civil, Gustavo Xavier, que deu detalhes das investigações que resultaram na Operação Loki.
17 pessoas foram presas ainda na primeira fase da investigação, em 2021. As primeiras cinco prisões aconteceram em agosto, quando os candidatos foram flagrados, em Maceió e em Recife, durante as provas da Polícia Civil. Outras 12 pessoas foram presas na megaoperação deflagrada em outubro em Alagoas, Sergipe, Pernambuco e Paraíba. Com a conclusão do inquérito, foram indiciadas 77 pessoas.
Com os primeiros presos, foram apreendidos pontos eletrônicos que seriam utilizados para receber as respostas das questões das provas. “Com base nessas apreensões, nós fizemos a extração desses dados e, consequentemente, obtivemos diversos elementos que materializaram o início da investigação”, explicou o delegado Gustavo Xavier.
Os investigadores esclareceram ainda que nem todos os envolvidos nas fraudes conseguiram aprovação. Alguns, mesmo fazendo uso de ponto eletrônico e outros meios ilícitos, foram eliminados dos concursos. Ao todo, foram pedidos 73 afastamentos, considerando também os candidatos eliminados.
“Nessa lista de candidatos afastados estão aqueles eliminados. Por exemplo, o candidato que teve altíssima pontuação no cargo de agente da Polícia Civil, mas foi reprovado na redação. Mesmo assim nós pedimos judicialmente o afastamento desse candidato porque ele poderia, judicialmente em um recurso, conseguir reverter a nota menor dele e voltar ao certame”, destacou o delegado José Carlos Reis.
Os concursos chegaram a ser suspensos durante as investigações e o governo do Estado anunciou que eles seriam refeitos do início. Contudo, decisões judiciais obrigaram que eles fossem retomados de onde pararam e os certames tiveram continuidade.
Entre os presos na Operação Loki está o ex-policial militar alagoano apontado como chefe da organização criminosa, Flávio Luciano Borges Nascimento. Segundo a Polícia Civil, porém, alguns dos presos já conseguiram na Justiça o direito de responder aos crimes em liberdade.
“Eles foram indiciados por fraude em concurso público qualificado, é aquela fraude que causa prejuízo à administração, e que nos deu um grande prejuízo financeiro ao Estado, prejuízo de imagem. E nós também indiciamos, inclusive os candidatos, por organização criminosa”, afirmou o delegado José Carlos.
G1