Segundo um boletim de ocorrência registrado pelo magistrado ao chegar na polícia, ele encontrou o corpo da mulher com uma perfuração de bala no peito já dentro do carro, que estaria no estacionamento do condomínio Rio Miño, na avenida Gentil Bittercourt, no bairro de Nazaré. No começo da tarde, a perícia que seria realizada no veículo foi cancelada. Posteriormente, o caso ganha nova reviravolta. A administração do prédio negou o caso, afirmando que o juiz não esteve no local e nem sequer morava lá.
Segundo pessoas ligadas ao condomínio, não foi registrada nenhuma ocorrência nem foi ouvido um barulho de tiro ou discussão entre a noite de segunda-feira (16), quando o juiz afirmou ter discutido com a esposa, e a manhã desta terça-feira (17), quando ao corpo teria sido encontrado morto no estacionamento, dentro do carro, com a porta aberta.
O condomínio ainda afirma que o juiz já havia morado no local, mas não estava lá há cerca de cinco anos, sem ter tido registro de entrada dele na noite anterior.
O incidente chamou a atenção devido ao fato do juiz ter levado o corpo da mulher de carro para a polícia, contrariando as orientações de preservar locais de ocorridos assim para que o trabalho da perícia seja realizado. A polícia chegou a reforçar que a perícia no carro do juiz foi cancelada justamente porque o veículo teria sido “prejudicado”, impedido a atuação dos papiloscopistas.
O juiz foi liberado após prestar depoimento e o caso segue em sigilo. A polícia informou que o caso é investigado pela Divisão de Homicídios e que “está adotando todas as medidas cabíveis para a elucidação do ocorrido”.
Mônica Andrade era juíza na cidade de Martins, no Rio Grande do Norte, e estava com frequência em Belém, segundo os familiares. A magistrada era natural de Barra de Santana, na Paraíba.