Motorista deve ser julgado 10 anos depois de matar atropelada jovem na Jatiúca, em Maceió

Acusado de matar atropelada a jovem Bruna Carla da Silva Cavalcante, no dia 13 de agosto de 2011, no bairro da Jatiúca, em Maceió, José Leão da Silva Júnior vai a júri popular nesta terça-feira (26), no Fórum da Capital, pelo crime de homicídio duplamente qualificado. O réu aguarda julgamento em liberdade.

“Enfim, depois de 10 anos, longos 10 anos, eu tenho fé em Deus que vai chegar ao fim com a condenação do acusado. Foram 10 anos em que, não só eu, mas toda a família, os amigos conviveram com essa ausência. Ainda vamos conviver pelo resto das nossas vidas”, afirmou José Carlos Cavalcante, pai de Bruna.

Segundo a denúncia do Ministério Público do Estado (MP-AL), a universitária arapiraquense tinha 19 anos quando, ao atravessar a Avenida Júlio Marques Luz, por volta das 18h30, foi atropelada pelo réu, que ultrapassou o sinal vermelho em alta velocidade. Após o atropelamento, o motorista teria desligado os faróis, passado o carro por cima do corpo de Bruna e fugido do local.

Posteriormente, em depoimento, José Leão afirmou que, no momento do acidente, pensou que tivesse passado por cima de uma caixa. Ele negou ter bebido e disse que o local do acidente estava escuro.

Bruna Carla cursava o 4º período de administração na Universidade Federal de Alagoas (Ufal), em Arapiraca, mas estava em Maceió com a irmã para passar o fim de semana.

Atropelada na faixa de pedestres da avenida, a caminho da casa de uma tia, a vítima ainda foi arrastada por 50 metros.

A família espera que o resultado do julgamento seja um analgésico para a dor sentida por tantos anos. “Vai ser um pequeno alívio, porque a dor da saudade vai continuar para o resto das nossas vidas. Nada vai trazer a vida dela de volta, mas pelo menos a gente vai ter uma sensação de que a Justiça foi feita”, disse o pai da vítima.

Para a família da vítima, o motorista não pode ficar impune. “Cruel, deixou marcas profundas na família. Nas nossas vidas, minha, da mãe dela, das irmãs, da família de um modo geral e também dos amigos. Durante esses longos anos, ele só teve a carteira de motorista apreendida. Foi essa a punição que ele sofreu até agora pelo crime bárbaro que cometeu”, disse Cavalcante.

O réu foi pronunciado em fevereiro de 2014 e será julgado por homicídio duplamente qualificado (meio de que possa resultar perigo comum e recurso que dificultou a defesa da vítima). A defesa interpôs recursos no Tribunal de Justiça de Alagoas, que foram negados. A sessão do júri será conduzida pelo juiz Ewerton Carminati.

Bruna Carla morreu atropelada aos 19 anos, no dia 13 de agosto de 2011, em Maceió, Alagoas — Foto: Arquivo Pessoal

Bruna Carla morreu atropelada aos 19 anos, no dia 13 de agosto de 2011, em Maceió, Alagoas — Foto: Arquivo Pessoal

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