Após denúncias de maus-tratos contra pacientes, OAB vai inspecionar Portugal Ramalho
Após três denúncias, em poucas semanas, sobre maus tratos contra pacientes no hospital psiquiátrico, Portugal Ramalho, a Ordem dos Advogados do Brasil seccional Alagoas (OAB-AL) afirmou que vai inspecionar a única unidade especializada nesse tipo de tratamento da rede pública de Alagoas.
Uma das denúncias veio da família da idosa de 60 anos, Edileuza Pedro da Silva, no dia 30 de março. Que estava internada na unidade e foi hospitalizada em Maceió com diversos ferimentos pelo corpo. O hospital alega que ela sofreu uma queda da própria altura, mas a família nega a versão, afirmando que a mulher foi vítima de agressões dentro do próprio hospital.
De acordo com relatos da filha, Elielma Silva, a paciente teria sido amarrada e agredida dentro da unidade. A paciente apresenta hematomas no rosto, nos braços e nas pernas. Elielma conta que a idosa foi internada no dia 14 de março, mas foi no dia 23 do mesmo mês que ela recebeu a informação de uma enfermeira de que a mulher tinha caído, machucado o joelho, e que seria enviada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jaraguá para realizar um Raio X. Segundo Elielma, o hospital teria informado ainda que a mulher retornaria à unidade psiquiátrica ainda na tarde do mesmo dia.
Elielma relatou ainda à TV Gazeta que a mãe, ao voltar para a casa contou que havia sido agredida no hospital. A filha disse ainda que a mãe chorou muito e que disse ter sido amarrada. “Ela contou para mim que dizia: ‘Quero ir para casa’ e eles diziam: ‘não, a senhora tem que ficar aqui amarrada’.
O caso foi parar na OAB e está sendo acompanhado pela Comissão de Direitos Humanos da ordem.
“Nós fizemos um ofício e encaminhamos ao delegado geral da Polícia Civil e à 25ª promotoria, além de termos acionado a Comissão do Idoso da OAB. Estaremos realizando um inspeção no Portugal Ramalho para verificar o que está acontecendo”, afirma o integrante da comissão, Gabriel Moura à TV Pajuçara.
Ele disse que o objetivo é verificar a estrutura do ambiente, a qualidade do atendimento e como estão sendo realizadas as aplicações dos medicamentos nos pacientes. Em seguida, o órgão irá produzir um relatório sobre o que foi percebido e constatado pela comissão.
Outra denúncia, que foi veiculada pela TV Pajuçara, mostra a situação de um homem, de 29 anos, com deficiência intelectual. A família alega que, após a entrada dele na unidade de saúde, o paciente teria ficado debilitado e traumatizado. O paciente teria ainda ficado com ferimentos de corte na cabeça, onde recebeu pontos.
Um terceiro caso foi denunciado, desta vez, por funcionários, que relataram à TV Gazeta sobre um adolescente que teria sido vítima de um estupro coletivo por quatro pacientes em dois dias. Esse caso está sendo investigado pela Polícia Civil.
O hospital nega as acusações.
*Com informações da TV Pajuçara
*Gazeta web