Após lei ser modificada, Antonio Albuquerque acusa colegas de estelionato eleitoral
O debate em torno do Passaporte Vacinal na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE) gerou uma discussão entre os deputados estaduais Cabo Bebeto (PL) e Antônio Albuquerque (Republicanos), durante a sessão ordinária desta quarta-feira (6).
Albuquerque se queixou de que o seu Projeto de Lei que visa impedir a cobrança do comprovante vacinal em estabelecimentos comerciais tenha sido modificado com “emendas estelionatárias” das deputadas Jó Pereira (PSDB) e Fátima Canuto (MDB). A pauta proposta pelo parlamentar do Republicanos determina que o passaporte da vacina não seja solicitado sob nenhum circunstância. Entretanto, a principal mudança implementada à matéria através de emenda é de que a solicitação da comprovação de imunização fique a critério dos proprietários dos estabelecimentos.
Durante a Sessão Ordinária, Antônio Albuquerque disse ainda que o deputado Cabo Bebeto teria “pego carona” em seu Projeto de Lei, por ter apresentado um requerimento para que a pauta fosse incluída em votação ainda hoje. Segundo Albuquerque, o militar estaria beneficiando-se politicamente da pauta apresentada. Durante o seu discurso, o parlamentar do PL rebateu.
“Eu lamento muito, porque em nenhum momento quis pegar carona, pois não mudei a autoria do projeto. Eu tentei de outras formas tirar esse peso de cima do alagoano. Há muitos pais e mães que estão apreensivos e não deveriam esperar oito meses como estão esperando. Acho importante propor matérias e trabalhar para que elas caminhem. Eu trabalhei com os colegas deputados para derrubar as emendas das deputadas Fátima Canuto e Jó Pereira, pois seria interessante a gente não ficar nesse embate político aqui na Casa. Lamento que passamos mais uma semana sem resolver esse problema. A Assembleia perdeu esse timing de dar sossego ao alagoano. Por fim, quero dizer que tenho carro e moto e não preciso pegar carona com ninguém. O que eu quero é resolver problemas” afirmou Bebeto, ironizando o colega.
O presidente da ALE, deputado Marcelo Victor (MDB), interveio na discussão entre Cabo Bebeto e Antônio Albuquerque. Na ocasião, ele desaprovou os termos utilizados pelo parlamentar do Republicanos e classificou os termos dirigidos à Fátima Canuto e Jó Pereira como “criminosos”.
“Como presidente desta Casa, eu preciso esclarecer novamente o que são prerrogativas do parlamentar. Todos têm o direito de apresentar emendas e requerimentos e ser submetido ao plenário. Eu, enquanto presidente da Mesa Diretora, não posso compactuar com terminologias que tenham quaisquer tipo de ligações com o crime. Solicito, em nome de nossa boa convivência, que tenhamos capacidade para conviver com os nossos pares, respeitando sempre o regimento. Temos como ‘manobras e estelionatos’ não cabem dentro do nosso parlamento”, pontuou o presidente da Casa, sendo apoiado por Bebeto.
O deputado Antônio Albuquerque retomou a palavra reafirmando sua insatisfação com as emendas propostas pelas deputadas Fátima Canuto e Jó Pereira. Segundo o parlamentar, os substitutivos retiram a originalidade do Projeto de Lei. Ele também deixou claro que não foi comunicado pelas colegas sobre as modificações realizadas por elas.
“Isso poderia ser resolvido com comunicação. Se o cidadão é comunicado, ele age de uma forma. Se ele é pego de surpresa, vai agir contra essa agressão, mesmo sendo algo legal. A autoria do Projeto de Lei é minha. O fato de vossa excelência pedir para votar ele hoje não é estelionato, mas tem outro nome. É carona”, afirmou voltando a se dirigir a Cabo Bebeto.
“No caso da ação do substitutivo da emenda apresentada eu considero estelionato porque tira a originalidade do PL e leva ao meio termo um projeto que visa restaurar a cidadania das pessoas que é cerceada a medida que ele precisa apresentar um passaporte vacinal no momento em que entrar em qualquer estabelecimento”, concluiu Albuquerque, reafirmando o termo “estelionato” com relação às emendas apresentadas.
As deputadas Fátima Canuto e Jó Pereira não estiveram presentes na Sessão Ordinária desta quarta-feira. Ao Alagoas 24 Horas, as assessorias de comunicação de ambas as parlamentares informaram que se pronunciarão sobre o assunto a medida que tomarem ciência de todos os fatos ocorridos.
*Alagoas 24 horas