Polícia investiga vazamento de vídeo íntimo de Gabriel Monteiro no Rio
A Polícia Civil do Rio de Janeiro abriu um inquérito para apurar um vídeo do vereador Gabriel Monteiro (sem partido) e uma jovem de 15 anos, que aparecem tendo relações sexuais. Após o vazamento do conteúdo, o parlamentar e a jovem procuraram a 42ª DP (Recreio) para registrar o caso.
Em depoimento, a adolescente afirmou que a relação sexual entre os dois foi consensual, informação esta que foi confirmada pela mãe. As duas contaram ainda que o relacionamento entre Gabriel Monteiro e a jovem começou há cerca de 10 meses e que era do conhecimento da família. Ela, no entanto, teria dito ao ex-PM que tinha 18 anos.
Na delegacia, Gabriel Monteiro disse não ter conhecimento da idade da adolescente. Segundo ele, a gravação estava em seu celular e apenas seus ex-assessores Matheus Souza e Heitor Monteiro tinham acesso. Os dois fizeram parte das acusações contra Monteiro no último domingo (27/3).
Nos últimos dias, ao menos seis vídeos de Gabriel Monteiro em atos sexuais já foram vazados. O deputado estadual Giovani Ratinho (Pros) disse ao G1 que registrou queixa na Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), no centro da cidade, e que entregou seis vídeos à polícia.
“Trouxe vídeos que recebi anonimamente no meu gabinete avançado em São João de Meriti. Aparentemente, parecem ser menores de idade”, disse o deputado. Segundo ele, em pelo menos três, as mulheres demonstram que não queriam ser filmadas.
Denúncias – Gabriel Monteiro é investigado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) sobre denúncias de assédio moral e sexual, e de exploração e constrangimento infantil. Ex-policial militar e youtuber, o vereador foi acusado por ex-funcionários, em denúncia divulgada no programa Fantástico, da TV Globo, no último domingo (27/3).
Pelo menos cinco ex-funcionários apontaram, na reportagem do Fantástico, que o vereador pedia “carinhos”, inclusive nas partes íntimas; alisava uma de suas funcionárias; e proporcionava momentos desconfortáveis.
Além disso, também afirmaram manipulações envolvendo uma criança, nos vídeos publicados por Monteiro nas redes sociais. Nas imagens publicadas pelo Fantástico, ele induz uma menina a dizer que naquele dia “ficaria sem comida” e “era a comida que ela mais gostava de comer”.
Uma das acusações, a de assédio sexual, fez a a delegada Giselle do Espírito Santo, titular da Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM) em Jacarepaguá, zona oeste do Rio, decidir intimar o vereador. Isso deve acontecer nos próximos dias. Ele deverá depor sobre as denúncias de assédio sexual de uma ex-assessora de 26 anos.
Já a 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Infância e Juventude da Capital, do MP-RJ, instaurou inquérito para apurar possível violação de direitos da criança, em vídeo do vereador, exibido nas redes sociais.
Defesa – Após a exibição da reportagem, o vereador se manifestou em suas redes sociais e negou todas as acusações. “O Fantástico mentiu muito! A suposta estuprada me procurou para ficar comigo após esse suposto ato. A família da criança está indignada com a reportagem, só estávamos mostrando a realidade da menina que teve a vida mudada. A que alegou assédio cobrou R$ 100 mil para não falar na TV”, disse o ex-PM no Twitter.
“As famílias estão indignadas com a Globo. Antes de gravar, as mães deram o roteiro de vida delas. Fome, abandono paterno, situação de rua. Eu, ao longo do vídeo, vou apenas introduzindo a realidade. Objetivo claro: vocês verem o vídeo e entenderem a real necessidade de ajudá-las. E qualquer pessoa que tem experiência de vídeo sabe que o conteúdo tem que ser cadenciado. Nunca mentiroso. O fato de eu ajudar a criança a falar sua realidade só demonstra minha vontade de elas mudarem de vida”, completou.
*TNH1