Esteticista fala da vida com alopécia, doença da mulher de Will Smith

Todos sabem do caso de agressão de Will Smith a Chris Rock na cerimônia do Oscar por conta de uma piada sobre a doença de Jada Smith, esposa de Will. No entanto, poucos sabem o detalhes da alopécia, doença autoimune que provoca a queda de cabelo e dos pelos no corpo. Para entender um pouco sobre esta condição, a coluna LeoDias conversou com Keyla Andreoli, esteticista que convive com a doença.

A esteticista explicou à coluna que a alopécia tem diferentes níveis, e a que ela possui é a mesma de Jada Smith, a alopécia areata universal que causa calvície em mulheres e queda de pelos no corpo todo: “Eu descobri que era alopécia depois de quase 20 a 30 dias que ele caiu. A queda do meu cabela aconteceu de forma brusca, depois de um banho normal eu percebi que meu cabelo estava caindo, como se estivesse desgrudando no meu couro cabeludo. Em torno de 40% do meu cabelo caiu (de uma vez só).”

Keyla Andreoli também se sentiu incomodada com os comentários de Chris Rock: “Eu achei muito inapropriado, muito agressivo. Você fica com vergonha, insegura, você se acha feia. Ninguém estava ali para ver um stand up comedy. Ele beirou o limite do humor. Sem apologia à violência, porque nada justifica, mas eu entendo a atitude do Will Smith, porque só ele sabe a dor que esposa dele vive.”

Para ela, viver com a doença foi motivo para se redescobrir e trabalhar a autoestima: “Foi uma fase de superação e resiliência, porque afeta muito a autoestima. Eu tive que fazer várias adaptações, no início eu coloquei uma peruca, mas não me adaptei com a prótese capilar. Depois me reinventei com turbantes e como eu tive a alopécia areata universal, que é a mesma da esposa do Will (Smith), eu comecei a perder sobrancelhas e cílios.”

Apesar de não ter limitações físicas, Keyla relata que o principal desafio é lidar com a autoestima: “É uma questão de insegurança, se vai voltar a crescer ou não (cabelo). Acho que a maior insegurança é essa, fica martelando na gente.”

O dermatologista Luann Lôbo explica que a doença é mais comum do que parece: “A Alopecia Areata é uma doença bastante frequente (pode acometer cerca de 2% da população), de caráter autoimune, e que tem como alvo os folículos pilosos que estão na fase anágena (fase em que nossos cabelos estão em franco crescimento). Quando há a predisposição genética, a doença pode ser associada a gatilhos ambientais, de fundo psicossomático, como stress e depressão, por exemplo. A perda de cabelos não é acompanhada de cicatriz, ou seja, não se trata de uma perda definitiva. Sua recuperação, porém, pode ser bastante desafiadora.”

Luciana Passoni, também dermatologista, explica que, apesar de tudo, a doença tem cura: “Tem cura! Toda doença inflamatória tem cura, mas não é simples. A gente briga contra essa doença autoimune, quando é a circunscrita (tamanho da moeda de um real) fica mais fácil da gente cuidar, geralmente a resposta é muito boa. Em criança, a resposta é sempre muito boa.”

Keyla Andreoli tem feito tratamento com corticoides receitados pelo dermatologista. Além disso ela está para iniciar a mesoterapia capilar, que são injeções em todo o cabelo, que também vem apresentando resultados satisfatórios em casos semelhantes.

*Metrópoles

 

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