Brasil goleia a Bolívia e alcança melhor campanha da história das Eliminatórias

A Seleção completou diante da Bolívia 17 jogos nas Eliminatórias. Ainda há pendente o confronto com o Argentina, interrompido em setembro. A Fifa, que puniu CBF e AFA com multas pela confusão, decidiu que a partida deverá ser disputada e irá definir data e local. A tendência é de que o clássico sul-americano seja disputado fora do continente.

Depois de golear o Chile por 4 a 0, no Maracanã, Tite fez sete mudanças na escalação do Brasil para encarar a Bolívia na altitude de La Paz. Os laterais Daniel Alves e Alex Telles, o zagueiro Éder Militão, os volantes Fabinho e Bruno Guimarães, o meia Coutinho e o atacante Richarlison foram as novidades da equipe brasileira que não contou com a estrela Neymar, suspenso.

A preocupação com a altitude de 3,5 mil metros, revelada por Tite no dia anterior, e que causou polêmica com os bolivianos, claramente fez parte da estratégia brasileira em campo. O Brasil iniciou a partida dosando movimentos e sem exercer a pressão no campo de ataque que marcou a goleada sobre os chilenos Rio de Janeiro. A Bolívia apostou em sua estratégia conhecida como mandante, os chutes de fora da área e as jogadas pelos lados. Roberto Fernández fez Alisson trabalhar em tiro de longe, aos 12. Pela direita, Henry Vaca começou incomodando Alex Telles.

Mas quando a Bolívia ameaçava uma pressão, a qualidade brasileira apareceu para superar altura. Aos 23, Bruno Guimarães deu um belo passe para Lucas Paquetá, que teve a frieza para finalizar na saída do goleiro Ruben Cordano e abrir o placar.

O gol deu tranquilidade ao Brasil, que passou a dominar a partida tendo o controle das ações diante de uma Bolívia que apenas insistia em bolas longas para Vaca sem continuidade nas jogadas. A Seleção Brasileira também começou a tentar chutes de fora da área. Coutinho e Anthony arriscaram, duas vezes cada, mas sem sucesso.

Mesmo sem impor um ritmo forte, o Brasil chegou ao segundo gol ainda antes do intervalo. Aos 44, Richarlison recebeu cruzamento de Anthony e só teve o trabalho de empurrar para o gol vazio: 2 a 0.

Em busca de reação, o técnico César Farias fez três mudanças na Bolívia para o segundo tempo. Ramiro Vaca, Franz Gonzáles e Yesit Martínez foram apostas em busca de uma reação. Satisfeito com a atuação do primeiro tempo, Tite manteve os mesmos 11. A Bolívia assustou no primeiro lance, mas com um jogador que já estava em campo. Após cobrança de escanteio, Marcelo Moreno desviou e parou em bela defesa de Alisson.

Alisson voltou a aparecer aos 7. Dessa vez com uma grande defesa. Ramiro Vaca chutou, a bola desviou em Marquinhos e o goleiro brasileiro teve reação para dar o tapa e impedir o gol boliviano quando já estava caído.

Passados os sustos, o Brasil voltou a controlar o jogo tocando a bola e tirando a velocidade que a Bolívia tentava impor na partida. Aos 20, o placar virou goleada em La Paz. Após falta sofrida por Martinelli, o árbitro Eber Aquino deu a vantagem e Bruno Guimarães aproveitou para finalizar bonito para o 3 a 0.

A Bolívia ficou completamente batida e a Seleção foi criando chances para ampliar. O estreante Gabriel Martinelli teve duas oportunidades, primeiro parou em defesa de Cordano e, na sequência, finalizou para fora.

Tite aproveitou para dar oportunidades para mais dois jogadores que sonham com lugar na lista para a Copa. Arthur e Rodrygo entraram por Anthony e Lucas Paquetá aos 31. Guilherme Arena entrou aos 37. Mesmo diminuindo o ritmo na reta final, o Brasil chegou ao quarto gol com Richarlison para garantir com um 4 a 0 o novo recorde das Eliminatórias Sul-Americanas.