Mulher presa por matar sargento pede liberdade à Justiça ao alegar legítima defesa

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Josefa Cícera Nunes Flores, presa nessa quarta-feira (23) pelo assassinato do sargento Alessandro Fábio da Silva, da Polícia Militar de Alagoas, entrou com pedido de liberdade provisória nesta quinta-feira (24), por meio de seu advogado. Ela alega que agiu em legítima defesa após um embate corporal com a vítima. O advogado aponta nulidade processual na decretação da prisão.

De acordo com o advogado da presa, José Álvaro Costa Filho, ela contou que tudo começou quando eles voltavam para casa após beberem. Ainda no carro, teria se iniciado uma discussão por ciúmes e em razão do desejo que Josefa tinha de trabalhar fora e que o sargento seria contra.

Josefa contou ao advogado que ao chegar em casa foi tomar banho, e que o sargento puxou ela no banheiro já com uma pistola em punho. Ela narra que ele teria dito que se estivesse com um revólver faria roleta russa nela, prática que ele já tinha feito com ela em outro momento, segundo Josefa.

Pela versão da mulher, o sargento fez um gesto de que iria agredi-la e, nesse momento, se iniciou um embate corporal entre os dois, ela diz que segurou o revólver e durante o embate houve o disparo que vitimou Alessandro Fábio. Josefa diz não ter consciência de ter atirado. Ela diz ainda que, após cair, Alessandro atirou contra ela, mas o disparo pegou no teto.

O advogado reforçou que, após o fato, foi Josefa que pediu socorro e foi até à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Cidade Universitária, em Maceió, com a vítima. Na unidade ela teria pedido para chamar a polícia e foi presa em flagrante.

NULIDADE PROCESSUAL

José Álvaro Costa Filho conta que houve nulidade processual na audiência de custódia a qual Josefa foi submetida porque o juiz decretou a prisão preventiva dela sem que ninguém tenha pedido. Pois, segundo o advogado, o Ministério Público de Alagoas opinou por medidas cautelares ao invés da prisão. Segundo o advogado, a prisão foi decretada porque o juiz entendeu que ainda restavam dúvidas.

Em relação ao casal, ela contou ao advogado que os dois já se relacionavam há oito anos e que moravam juntos há quatro. Nesses últimos quatro anos, segundo Josefa, o militar se mostrou agressivo e que ele não permitia que ela trabalhasse fora.

A PRISÃO PREVENTIVA

A justiça converteu para preventiva a prisão em flagrante de Josefa Cícera Nunes Flores nessa quarta-feira (23), no mesmo dia que foi detida O crime ocorreu no bairro Eustáquio Gomes, em Maceió. Na decisão, o juiz determinou também que fosse colhido, no sargento, se possível, material para analisar se há pólvora nas mãos do mesmo. O magistrado determinou também que a polícia providencie, com urgência, a realização do exame de corpo de delito na presa, bem como o exame residuográfico.

O CASO

Alessandro Fábio da Silva era 1º sargento e estava lotado no 1º Batalhão da PM/AL. Ele deixa dois filhos e uma enteada. A vítima chegou a ser socorrida por vigilantes do condomínio onde morava e levado para Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Cidade Universitária, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

Segundo informações do portal G1 Alagoas, a mulher estava com ele na unidade de saúde e confessou o crime aos militares. Ela precisou ser medicada porque estava muito nervosa e depois foi encaminhada para a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa da Capital.

De acordo com os militares do Batalhão de Polícia de Guardas (BPGd), duas armas foram encontradas no local do crime. Uma pistola Taurus, calibre 380 e Modelo 938; e uma da marca Glock, de calibre .40. Além das armas, a polícia encontrou 3 carregadores.

Os militares disseram que a arma usada no crime foi entregue na Delegacia de Homicídios, e a outra foi entregue ao capitão Veloso, do 4º Batalhão. De acordo com a delegada Rosimeire Vieira, a arma usada no crime seria a pistola de calibre 380, que foi entregue na sede da Delegacia de Homicídios.

*Com Gazeta Web

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