‘Chacina de Guaxuma’: Acusado de matar casal e dois filhos vai a júri popular nesta quinta

Senta no banco dos réus, nesta quinta-feira (24), Daniel Galdino Dias, acusado de matar dois adultos e duas crianças da mesma família, no crime que ficou conhecido como ‘chacina de Guaxuma’. Os homicídios aconteceram no dia 8 de novembro de 2015, no Sítio Senhor Péo.

O réu será julgado a partir das 8h, no 3° Tribunal do Júri, no Fórum do Barro Duro, em Maceió. O Ministério Público (MP) vai sustentar a tese de homicídio triplamente qualificado (Artigo 121 da Lei nº 2.848/40): crime praticado com emprego de meio cruel, com recurso que dificultou a defesa da vítima e para assegurar a impunidade do crime.

As vítimas foram Evaldo da Silva Santos e Jenilza de Oliveira (que eram casados) e os filhos Estérfany Eduarda de Oliveira Santos e Adrian Guilherme de Oliveira Santos. Outro filho sobreviveu e reconheceu Daniel como assassino.

“O Ministério Público de Alagoas espera que, na sessão plenária deste dia 24, restabeleça-se a ordem normativa quebrada em razão de um dos crimes mais bárbaros do estado, enviando uma mensagem de justiça à criança sobrevivente da chacina, aos seus familiares e a toda sociedade alagoana”, afirmou o promotor Frederico Alves.

O Ministério Público indica, ainda, que a denúncia está baseada em provas idôneas e homogêneas, com elementos suficientes de autoria do réu Daniel Galdino Dias, como os três reconhecimentos por parte da vítima sobrevivente e as “mentiras contadas pelo réu”.

De acordo com a polícia, a motivação da chacina seria roubo de dinheiro para a compra de uma embarcação. O indiciado já respondia, inclusive, por roubos cometidos em Paripueira e em Maceió.

No processo, por sua vez, a defesa do réu já havia pedido a absolvição sumária, por entender estar provado não ter sido ele o autor ou partícipe da chacina. A defesa pediu também que, caso não fosse acolhido o pedido de absolvição, ele não fosse pronunciado, por entender que o reconhecimento feito pela vítima sobrevivente deveria ser visto com cautela.

Para o julgamento, o Ministério Público chamou cinco testemunhas, além da vítima sobrevivente. Já a defesa do acusado chamou cinco testemunhas e quatro declarantes.

O CASO

Narram os autos do processo que, no dia 8 de novembro de 2015, Daniel Galdino Everaldo saiu do Sítio do Senhor Péo, localizado na Avenida Luiz França Albuquerque, no bairro Guaxuma, em Maceió, na companhia de Evaldo, para fazer um trabalho. Durante o trajeto, Daniel, sem motivo aparente, surpreendeu a vítima com golpes de facão, e, quando a vítima caiu, Daniel desferiu vários outros golpes nas costas, amputou a mão esquerda de Evaldo e a jogou na vegetação, próximo ao corpo.

Em seguida, Daniel teria retornado à residência das vítimas e arrancou a vítima Jenilza do imóvel, vindo a amarrá-la com uma corda elástica, em uma das bases de concreto de um galpão em construção, momento em que também começou a agredi-la com vários golpes de facão e a matou.

Além disso, naquela ocasião, as crianças Guilherme, Maria e Anderson, filhos do casal, que estavam acompanhando tudo, após ouvirem os clamores da mãe, fugiram do local e se esconderam no matagal. Todavia o choro do pequeno Guilherme, de apenas dois anos, denunciou o paradeiro dos menores, que foram covardemente atacados por Daniel, com o objetivo de não deixar testemunhas.

A denúncia aponta que Daniel, com o intuito de assegurar a impunidade dos crimes, desferiu vários golpes de facão nas crianças, ocasionando a morte de Eduarda e Guilherme. “Por um milagre, o menor Anderson Jacksson Oliveira Santos resistiu aos ferimentos e conseguiu sobreviver à chacina, após ter sido encontrado e socorrido por um policial”, apontou a denúncia.

*Com assessoria

*Gazeta web

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