Motorista de ônibus escolar que atropelou mulher e bebê em Paripueira diz que acidente foi fatalidade
O motorista do ônibus escolar que atropelou uma mulher de 23 anos e sua filha de sete meses, em Paripueira, no litoral Norte de Alagoas, explicou à TV Gazeta na segunda-feira (21), que o acidente foi uma fatalidade e que teme pela sua segurança e de sua família.
O acidente que causou a morte de Ane Caroline dos Santos Valério e deixou sua bebê ferida aconteceu no dia 11 de março, enquanto o motorista fazia uma manobra em marcha ré. Segundo o delegado Robervaldo Davino, que investiga o caso, o homem deve ser indiciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
Sem se identificar, ele contou que trabalhava com transporte de passageiros há 10 anos, e que deu ré porque policiais pediram para que a viatura pudesse passar. Os policiais foram ouvidos e confirmaram a versão.
“Estava fazendo minha rota normal, foi o último ponto onde descem as crianças, encostei o ônibus, todas as crianças desceram acompanhadas com os responsáveis. A viatura parou na minha frente e pediu para eu dar uma ré para eles passarem”, disse o motorista.
Ele explicou que assim que eles pediram ele colocou o ônibus o mais alinhado possível para iniciar a manobra. “Aí eu engatei a ré e vim bem devagarzinho, minutos depois que comecei a dar ré o pessoal bateu atrás do ônibus, aí eu parei o carro”, completou.
O motorista contou que depois que as pessoas bateram no ônibus, quatro policiais desceram da viatura e correram em direção ao veículo, e que viu pelo retrovisor quando um dos militares pegou a bebê e correu para fazer o socorro.
O ônibus pertence a frota da rede municipal. Na quarta-feira (16), Robervaldo Davino disse ao g1 que o caso estava sendo tratado como homicídio culposo por imprudência do motorista.
“Não é habitual um motorista de ônibus manobrar um veículo desse tamanho sem que alguém o oriente. A maior parte dos ônibus tem o vidro traseiro fechado, o que dificulta ainda mais a visibilidade. Então, inicialmente, o crime aconteceu por imprudência”, disse o delegado.
A morte de Ane Caroline, que deixou quatro filhos, gerou revolta na população, e por isso, o motorista tem medo e está recebendo ameaças. “Eu só não me mudei por causa da justiça, mas eu temo pela minha segurança, eu tenho dois filhos, e temo que os familiares da vítima possam fazer alguma coisa comigo”, disse o homem.
A prefeitura de Paripueira oferece acompanhamento psicológico ao motorista, mas informou que a família da vítima, recusou o atendimento. “Os membros da família não aceitaram o acompanhamento, inclusive assinaram um termo informando que não aceitavam as visitas’’, explicou o vice-prefeito da cidade, Alexandre Mendonça.
O vice-prefeito ainda informou que os filhos da vítima foram matriculados em uma creche de tempo integral e que a prefeitura prestou assistência funeral a vítima. O motorista foi afastado do cargo até a conclusão do inquérito.
“Eu gostaria de prestar solidariedade aos familiares da vítima, mas infelizmente foi uma fatalidade, eu sou trabalhador, pai de família, jamais faria isso querendo, foi uma fatalidade realmente”, disse o motorista.
Motorista de ônibus escolar que atropelou mulher e bebê em Paripueira diz que acidente foi uma fatalidade — Foto: Reprodução/TV Gazeta