Máscara contra a Covid: quem são as pessoas com comorbidades e por que elas devem manter a proteção?

Brasília, Rio de Janeiro e Natal já não exigem máscaras de proteção contra a Covid-19 em ambientes fechados. Outras 12 capitais aboliram o uso obrigatório apenas nos espaços abertos. Especialistas ouvidos pelo g1 alertam que, ao menos para alguns grupos de risco, como as pessoas com comorbidades, o fim do uso do equipamento de proteção é ainda menos indicado.

Abaixo, entenda quem são e por que as pessoas com comorbidades precisam manter as máscaras.

Quem são as pessoas com comorbidades?

A prefeitura do Rio estabeleceu que pessoas com “comorbidades graves” ainda estão obrigadas a utilizar a máscara — justamente porque desde o início da pandemia são consideradas um dos grupos mais vulneráveis à versão grave da Covid-19. No entanto, o decreto não especifica quais doenças se enquadram na classificação.

São consideradas comorbidades, segundo definição do Ministério da Saúde:

  • Doenças cardiovasculares
  • Insuficiência cardíaca
  • Cor-pulmonale (alteração no ventrículo direito) e hipertensão pulmonar
  • Cardiopatia hipertensiva
  • Síndromes coronarianas
  • Valvopatias
  • Miocardiopatias e Pericardiopatias
  • Doença da aorta, dos grandes vasos e fístulas arteriovenosas
  • Arritmias cardíacas
  • Cardiopatias congênitas no adulto
  • Pessoas com próteses valvares e dispositivos cardíacos implantados
  • Diabetes mellitus
  • Pneumopatias crônicas graves
  • Hipertensão arterial resistente (HAR)
  • Hipertensão arterial – estágio 3
  • Hipertensão arterial – estágios 1 e 2 com lesão e órgão-alvo e/ou
  • Doença cerebrovascular
  • Doença renal crônica
  • Anemia falciforme e talassemia maior (hemoglobinopatias graves)
  • Obesidade mórbida
  • Cirrose hepática

Carla Kobayashi, infectologista do Hospital Sírio-Libanês e consultora técnica do Ministério da Saúde, explica que as comorbidades são condições que podem aumentar a chance do desenvolvimento de doenças mais graves, mas que, em comparação aos imunossuprimidos, essas pessoas apresentam um risco “menor“.

“O conceito de grupo de risco do início da pandemia era muito amplo. Todo mundo queria se encaixar nisso. Agora, nesse momento da pandemia, não temos esse grupo tão generalizado”, diz.

A especialista afirma que, assim como os imunossuprimidos, indivíduos com comorbidades devem, de fato, tomarem precauções para não se infectaram com o SARS-CoV-2, mas que, com o relaxamento da obrigatoriedade das máscaras, esse não seria um grupo de atenção para manter o uso constante da proteção, exceto em raras exceções.

“Nem sempre todo obeso é um obeso de alto risco. Uma pessoa de obesidade de grau 1 que não tenha diabetes, não tenha enfartado ano passado, ela não é tão grave quanto uma com obesidade grau 4 que teve um AVC há 6 meses…” , diz.

Nesses casos, a infectologista avalia que valeria a pena individualizar a indicação de uso e recomenda que esses pacientes conversem com seus médicos.

“Quem tem doença cardiovascular, quem tem diabetes, quem tem obesidade, doenças neurológicas, quem é dialítico, doente renal crônico, todas essas pessoas devem fazer uma consulta caso a caso com os médicos que a acompanham para perceber seu grau de risco dentro daquela doença e assim avaliarem se devem ou não continuarem com o uso da máscara”, afirma Carla Kobayashi.

*Gazeta web

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