Veja quais os melhores e os piores países para ser mulher nos quesitos inclusão, justiça e segurança

O Brasil é o 80º colocado (empatado com Fiji e Suriname) em um ranking que analisa a qualidade de vida para mulheres. O estudo “Women, Peace and Security Index”, criado pelo Instituto para Mulheres da Universidade de Georgetown, é baseado em dados que medem a inclusão das mulheres, acesso à justiça e segurança em 170 países.

O índice captura e quantifica as três dimensões da inclusão das mulheres (econômica, social e política), justiça (leis formais e discriminação informal) e segurança (nos níveis individual, comunitário e social) por meio de 11 indicadores.

Lideram o ranking três países europeus: Noruega (0.922), Finlândia (0.922) e Islândia (0.907). Já Afeganistão (0.278), Síria (0.375) e Iêmen (0.388) amargam os últimos lugares. O Brasil obteve uma média de 0.734. A média global é de 0.721.

“As tendências do Índice WPS mostram que o avanço global do status das mulheres diminuiu e as disparidades aumentaram entre os países”, alerta o relatório.

Para a principal autora do estudo, Jeni Klugman, a pandemia de Covid-19 colaborou para a desaceleração das taxas de progresso. “A Covid-19 ampliou as disparidades de gênero no emprego remunerado e nos encargos de cuidados, e aumentou os riscos de violência por parceiro íntimo”.

Os 10 melhores países

  1. Noruega (0.922)
  2. Finlândia (0.909)
  3. Islândia (0.907)
  4. Dinamarca (0.903)
  5. Luxemburgo (0.899)
  6. Suíça (0.898)
  7. Suécia (0.895)
  8. Áustria (0.891)
  9. Reino Unido (0.888)
  10. Holanda (0.885)

O top 4 é formado por países nórdicos. O relatório reforça que essas posições estão associadas a políticas públicas progressistas.

“As grandes conquistas nas frentes de inclusão e justiça podem ser atribuídas, pelo menos em parte, a políticas públicas que promovem um modelo de dupla renda. Nos países nórdicos, as diferenças de gênero na participação da força de trabalho são pequenas. Também garantem a licença parental para mães e pais”, explicam os pesquisadores.

Sobre empregos igualitários, o relatório pontua também que em 2018 a Islândia tornou-se o primeiro país a exigir que empresas com pelo menos 25 funcionários provem que estavam pagando homens e mulheres igualmente.

Os 10 piores países

  1. Afeganistão (0.278)
  2. Síria (0.375)
  3. Iêmen (0.388)
  4. Paquistão (0.476)
  5. Iraque (0.516)
  6. Sudão do Sul (0.541)
  7. Chade (0.547)
  8. República Democrática do Congo (0.547)
  9. Sudão (0.556)
  10. Serra Leoa (0.563)

Em todos os dez países mais pobres, as mulheres, em média, não concluíram mais do que a escola primária, pelo menos 16% das mulheres sofreram violência nas mãos de seu parceiro íntimo no ano passado, e não mais de uma mulher em cada três tem acesso à sua própria conta bancária.

O Brasil no ranking

O Brasil ocupa o 80º lugar no ranking, ao lado de Fiji e Suriname, e teve a pior pontuação entre os países das Américas e Caribe quando o assunto é representação parlamentar – 14,8% (o máximo era 50%). Na Noruega, esse número é de 45,6%. A média global é de 25,5%.

Segundo o estudo, a América Latina tem um desempenho ruim em segurança comunitária, com pouco mais de uma mulher em cada três sentindo-se segura andando sozinha em seu bairro à noite, em comparação com quase quatro mulheres em cada cinco no leste da Ásia e no Pacífico.

Neste quesito, a porcentagem do Brasil ficou em 31,5%. A nível de comparação, a Noruega, top 1 do ranking, registrou 89,5%.

Violência doméstica na pandemia

Uma pesquisa do Instituto Datafolha divulgada em junho de 2021 apontou que uma em cada quatro mulheres acima de 16 anos sofreu algum tipo de violência em 2020 no Brasil, durante a pandemia de Covid. Isso significa que cerca de 17 milhões de mulheres (24,4%) sofreram violência física, psicológica ou sexual.

Dentre as formas de violência sofrida, 18,6% responderam que foram ofendidas verbalmente, 6,3% sofreram tapas, chutes ou empurrões, 5,4% passaram por algum tipo de ofensa sexual ou tentativa forçada de relação, 3,1% foram ameaçadas com faca ou arma de fogo e 2,4% foram espancadas.

Um outro estudo, publicado na revista “The Lancet” em 2022, indicou que 27% das mulheres de todo o mundo de 15 a 49 anos sofreram violência física e/ou sexual dos parceiros masculinos durante a vida. Destas, 13% foram violentadas nos últimos 12 anos de pesquisa (em 2018).

O estudo definiu como violência: comportamentos físicos, sexuais e psicologicamente prejudiciais no contexto do casamento ou qualquer outra forma de união. As mulheres analisadas são casadas (ou foram), moram junto com o parceiro ou têm uma relação de longo prazo.

*Gazeta web

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