ULTIMATO: Policiais civis de AL param atividades até sexta e fazem nova assembleia na segunda

À espera de uma posição por parte do Governo de Alagoas quanto ao envio de dois projetos de lei à Assembleia Legislativa (ALE), os policiais civis iniciaram uma paralisação nesta terça-feira (08), suspendendo serviços como forma de chamar a atenção do Executivo, que não tem atendido às reivindicações da categoria, dentre elas, o reajuste salarial de 15%.

Na manhã de hoje, agentes e escrivães se concentram em frente ao Palácio dos Palmares, no Centro, com faixas e carros de som, para protestar contra os desmandos do governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), taxado de “ditador”.

Decidida em assembleia nessa segunda (07), a paralisação se estende até a próxima sexta (11), em todo o Estado. Os policiais civis somente poderão fazer os flagrantes, Boletim de Ocorrência de Serviço de Verificação de Óbito (SVO), BO de estupro, local de crime, audiência de custódia e a garantia das prerrogativas dos advogados.

Assim que o governador Renan Filho enviar os projetos de lei, a paralisação e os atos públicos serão suspensos, conforme sinalizou o presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sindpol), Ricardo Nazário.

Caso contrário, na próxima segunda, haverá mais uma assembleia da categoria, para definir se paralisa as atividades por tempo indeterminado. “A gente teme que o governador saia do cargo e não envie os projetos, comprometendo nossos salários. Há 4 meses, estamos nesse pleito”, salientou o presidente.

MESES DE LUTA

A categoria está revoltada com o governo, que não fez o envio dos projetos de lei referentes ao reajuste de 15% nos salários e à garantia da verba para a vestimenta dos servidores.

Nazário revelou que o governo Renan Filho deveria ter implementado o reajuste salarial em janeiro deste ano. Ele contou que Renan cumpriu um primeiro acordo sobre o pagamento das progressões atrasadas, mas os projetos para as outras duas propostas acordadas não foram enviados ao Poder Legislativo.

O sindicalista ainda esclareceu que o chefe do Executivo havia prometido enviar os projetos ainda em dezembro. No entanto, isso não foi cumprido e os deputados entraram em recesso. A categoria teria feito, então, contato com a Secretaria de Planejamento do Estado (Seplag), que teria se comprometido, em janeiro de 2022, a apresentar as propostas. “Passou janeiro, vem fevereiro, a ALE voltou a funcionar e o governador não mandou”.

Nazário acrescentou que, após ocupar a Seplag, ficou prometido que o órgão iria enviar as matérias, o que novamente não teria ocorrido. “O último momento foi agora, na abertura da ALE, que a gente conseguiu falar com ele [Renan Filho] e ele prometeu, dizendo que enviaria o projeto de lei e cumprir o acordo. Também nos foi prometido que iriam enviar antes do carnaval ou logo após. Voltou do carnaval e, também, não mandou”, expôs.