CISP de Palmeira dos Índios começa a funcionar e abriga Polícia Civil

Dois meses após ser inaugurado, finalmente o Centro Integrado de Segurança Pública (CISP) de Palmeira dos Índios começou a ser utilizado nesta semana. O abandono da unidade já tinha sido denunciado pelos membros do Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol/AL).

O local passou a ser ocupado, nessa quarta-feira (16), pela Polícia Civil. As equipes de investigação estavam trabalhando, de forma precária e temporária, em um prédio cedido pelo Hospital Santa Rita, localizado na Rua 15 de novembro.

O CISP de Palmeira dos Índios fica às margens da Rodovia BR-316 e foi inaugurado no dia 17 de dezembro do ano passado, mas, até agora, não tinha atendimento ao público.

Como ocorreram nas demais unidades espalhadas pelo Estado, a inauguração reuniu autoridades estaduais e municipais, foi feita a propaganda do quanto seria útil no combate à violência, mas, na prática, nada disso aconteceu. O CISP II tem dimensões maiores e custou aos cofres públicos R$ 8,4 milhões, com capacidade para receber até 32 presos.

Para o Sindpol, o abandono se trata de uma incoerência, até porque a entidade vem denunciando a baixa qualidade de prédios já entregues pelo Estado. Na página do sindicato na internet, o próprio presidente Ricardo Nazário é quem tem denunciado a falta de condições de trabalho e o quanto alguns prédios, com pouco tempo de uso, já estão deteriorados.

MAIS ABANDONO

Na última sexta-feira (11), ele visitou as unidades de São Luiz do Quitunde, São José da Lage e Murici e classificou que estão “largados à própria sorte”.

“O Sindpol já tinha denunciado que o projeto do CISP é um elefante branco. Isso está se concretizando. O governo de Renan Filho está terminando o mandato, e os prédios já estão abandonados, sem manutenção e sem recuperação. É o lixão de luxo de R$ 2 milhões do governo do Estado”, diz Ricardo Nazário.

Os problemas na estrutura incluem a queda de reboco, pintura mofada, portões caídos e até falta de banheiro feminino, que tem prejudicado o trabalho das policiais. O forro em muitos casos já está caindo, falta refrigeração, infiltração no teto, além de banheiros entupidos.

Em São José da Lage, o CISP está funcionando como cadeião, já que, pelo menos, três presos aguardam há três meses a definição sobre seus processos. Falta material de trabalho, manutenção no encanamento e a retirada de mato no entorno do prédio.

Nem em Murici, cidade natal do governador, o CISP escapou das más condições. Há infiltrações no alojamento feminino, e o número de presos é maior que a capacidade estabelecida durante a entrega do prédio.

*Com Sindpol

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