Construídos com gastos milionários, os CISPs estão abandonados pelo Governo de Alagoas, aponta Sindpol
Construídos com valores a partir de R$ 2 milhões cada, o tipo 1, os Centros Integrados de Segurança Pública (CISPs) estão praticamente abandonados pelo Governo do Estado. O Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol) fez inspeções em três CISPs no interior de Alagoas e encontrou os prédios sem manutenção de suas estruturas, deixando em risco a segurança da população e dos policiais.
O presidente do Sindpol, Ricardo Nazário, e o diretor de Comunicação, Edeilto Gomes, visitaram os CISPs das cidades de São Luiz do Quitunde, São José da Laje e Murici. Todos estão largados à sorte.
No CISP de São Luiz do Quitunde, o portão de ferro está quebrado, apenas o portão de vidro faz a ‘proteção’ da população e dos policiais que frequentam o local. O prédio já perdeu pintura, apresenta mofo, com matos na área externo, servindo de galpão de materiais de apreensão, o que torna o ambiente insalubre, precário e doentio com foco de mosquitos (Dengue, Zika e Chikungunya), escorpiões, baratas e ratos.
Em todos os CISPs, os dirigentes sindicais constataram infiltrações nas paredes, ar condicionado quebrado, forro do teto caindo, infiltrações no teto, sanitários com entupimento, falta de materiais de trabalho. No CISP, tipo 1, não há banheiro feminino, o que prejudica o trabalho das policiais civis e militares.
“O Sindpol já tinha denunciado que o projeto do CISP é um elefante branco. Isso está se concretizando. O governo de Renan Filho está terminando o mandato, e os prédios já estão abandonados, sem manutenção e sem recuperação. É o lixão de luxo de R$ 2 milhões do governo do Estado”, questiona Ricardo Nazário.
O presidente do Sindpol adverte às autoridades do Estado com a problemática. “Infelizmente, nenhuma autoridade tomou providências contra a malversação dos recursos públicos do povo alagoano. Estamos mostrando que esses CISPs são verdadeiros desperdícios de dinheiro público”, afirma.
No CISP de São José da Laje, as paredes apresentam infiltrações. O portão enferrujado. O forro do teto despencando. O banheiro está com entupimento, e não funciona. O lavador está com o encanamento quebrado. Para não parar de funcionar, os policiais colocaram um balde para aparar a água.
Os matos crescem em toda a área externa do Centro e dezenas de materiais de apreensão, como motos, completam o total estado de abandono e de poluição do ambiente de trabalho. Os policiais também estão necessitando de materiais de trabalho, como computador.
No local, o presidente do Sindpol, Ricardo Nazário, encontrou seis presos, alguns com mais de três meses de permanência. Vale ressaltar que as prisões nos CISPs deveriam ser temporárias, com duração de apenas 24 horas. A custódia do CISP não tem estrutura de pessoal e física para servir como uma casa de detenção.
Em Murici, o CISP também está esquecido pelo poder público. Ao entrar na recepção, os dirigentes do Sindpol se depararam com defeito do ar condicionado, com a água do aparelho caindo em um balde. Há infiltrações nas paredes e no alojamento feminino.
Nas duas celas, o presidente do Sindpol encontrou seis presos, sendo cinco homens em uma e uma mulher em outra. A cela foi projetada para até três pessoas. Com cinco, o local se torna desumano e insalubre.