Bezerros são resgatados de maus-tratos e polícia suspeita que animais eram usados para aplicar golpes financeiros
O Fantástico acompanhou nesta semana o trabalho da polícia ambiental que resgatou mais de 300 bezerros abandonados em Cunha, no interior de São Paulo. Segundo os veterinários que atenderam os bichos, os animais passaram dias e noites sem comida e água. A advogada animalista que acompanha o caso, Jaqueline Tupinambá, fala de animais que tinham acabado de ser enterrados.
“A gente desconfia até que eles foram enterrados vivos. A perícia depois vai poder comprovar”, afirma Jaqueline.
Além dos maus tratos aos animais, uma das suspeitas da investigação é de que os bichos eram usados para aplicar golpes financeiros, a conhecida pirâmide. Vídeos da família Mashia, dona do negócio, explicam como funcionava o investimento em gado, que já teve o ex-jogador Cafu como garoto propaganda. Segundo os anúncios na internet, o interessado compra o gado por R$ 2 mil. Depois de um ano, ele recebe R$ 2,5 mil pelo negócio.
A promessa de lucro é de 25% ao ano, com animais bem tratados. O empresário responsável pelo negócio afirma que a carne é vendida só em lojas da rede. No entanto, nenhum bezerro da fazenda tem condições sanitárias para ser negociado. O negócio apresentava características de pirâmide financeira.
Na pirâmide, quem entra primeiro fica no topo, e recebe o dinheiro dos que vão chegando e ficam na base. Só que as pessoas que chegam por último ficam sem nada. Sem novos investidores para sustentar a pirâmide, ela desmorona. O promotor Luiz Fernando Rocha conta quais crimes serão investigados pelo Ministério Público.
“Além dos maus tratos, eventual estelionato e crime financeiro. O Ministério Público vai investigar em todas as frentes”, afirma o promotor.