Policiais civis temem que governador ‘passe a bola’ para o ‘tampão’ e cobram envio de projetos de lei à ALE
O Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol) realiza um ato público com café da manhã nesta quarta-feira (09), em frente ao Palácio do Governo. A intenção é cobrar do governador Renan Filho o envio dos projetos de leis de reajuste salarial e da verba de vestimenta à Assembleia Legislativa (ALE). A promessa do Executivo foi feita ainda em setembro do ano passado, quando em reunião com dirigentes da entidade.
O ato público foi deliberado em assembleia geral, momento em que a categoria também decidiu aguardar até o dia 15 de fevereiro para definir sobre a greve, caso o Governo do Estado não encaminhe os projetos de leis ao Legislativo.
“O acordo era pagar o retroativo das progressões. Isso ele cumpriu. Os outros dois pontos eram reajuste de 15% e a verba de vestimenta. O governo falou que iria vigorar a partir de janeiro, ou seja, no final de janeiro, os policiais já iam receber com esse aumento, mas não foi isso que ocorreu. Depois, o procuramos e ele disse que o acordo estava mantido é que ele iria cumprir a palavra dele, que iria enviar as matérias para a ALE. Iniciou fevereiro e ele não enviou”, relatou o presidente do sindicato, Ricardo Nazário.
O sindicalista ainda frisou que a categoria chegou a ocupar a Secretaria de estado do Planejamento, Gestão e Patrimônio (Seplag), quando o secretário disse, em uma reunião, que, nos primeiros dias deste mês, os projetos seriam enviados.
“No entanto, ele voltou atrás e disse que só iria enviar dia 15, que é quando a ALE retoma os trabalhos. Mas, hoje, estamos pressionando para que o governo envie logo, não faz diferença ele enviar hoje ou dia 15, pra ele. O que a categoria está preocupada é com a questão do pleito eleitoral, quando um governador-tampão vai assumir o cargo”, sinalizou Nazário.
REVOLTA E INDIGNAÇÃO
Neste momento, os policiais civis temem que o governador deixe o mandato a qualquer momento para participar do processo eleitoral e “empurre com a barriga” os resultados das negociações para o “governador-tampão”.
A temperatura aumentou na Polícia Civil, quando Renan Filho mandou os policiais civis acertarem os detalhes das reivindicações com o secretário do Planejamento, Fabrício Marques. O secretário, além de dizer que desconhecia a demanda, evitava receber a direção do Sindpol.
Revoltados, os policiais chegaram a ocupar a Secretaria de Planejamento, na semana passada, e, num vídeo, chamaram o secretário de “forasteiro”. No dia 27 de janeiro, o secretário decidiu conversar com a direção do Sindpol e devolveu o problema para o governador. “Preciso que o governador autorize encaminhar os projetos para o Legislativo”.
Em seguida, mandou os policiais conversarem com o secretário de Segurança, Alfredo Gaspar de Mendonça. Este, por sua vez, alegou que estava viajando e prometeu marcar uma data para a reunião.
“Se a assembleia dos policiais fosse agora, a greve seria deflagrada por conta da falta de compromisso do governador em cumprir o combinado. No caso, os dois projetos para serem enviados ao Legislativo”, disse Nazário quando do ato na Seplag.
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