GRACILIANO RAMOS: exemplo que deveria ser seguido

Por Carlos Augusto Carretinha

 

Não é de agora que grande parcela de nossa sociedade, com muitos e comprovados motivos, avalia mal uma grande maioria de políticos, partidos, conchavos entre eles, além do quase sempre suspeito do exercício da Ciência Política como um todo.

Há quase um século, um dos maiores escritores do Brasil e do mundo, o alagoano de Quebrangulo, e que também se considerava palmeirense da Terra dos Xucurus, Graciliano Ramos, já combatia as práticas ilegais e desonestas no âmbito da política e administração pública. Foi ele que chegou à chefia do Executivo da pequena, porém pujante, Palmeira dos Índios no interior de Alagoas. Foi perseguido, renunciou à Prefeitura e foi até preso, cujo sofrimento de reclusão às grades, ele narra, em mínimos detalhes, na obra “Memórias do Cárcere”.

O mandato que marcou o início e curto da vida política do “Mestre Graci” – como ficou  eternamente celebrado – chegou ao fim há mais de 90 anos. O ilustre e brilhante artista da Literatura e da Política, filho de comerciante e dedicada dona de casa, em 10 de abril de 1930, em meio a uma das maiores crises mundiais, renunciava ao cargo de Prefeito de Palmeira dos Índios, porém, deixando como legado, em pouco mais de dois anos de mandato, dois Relatórios publicados no Diários Oficial de Alagoas que, longe da retórica burocrática, e mais se aproximando de suas letras e cultura social, poderia servir como orientação de honestidade e respeito aos que os ditos políticos se propõem a representar.

Esse ano, Graciliano Ramos faria 130 anos de idade em 27 de outubro. Verdadeiramente, um misto de mito, exemplo e realidade a ser seguida.

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