Turista morto a tiros no litoral de SP após tentar fugir de assalto começaria emprego novo três dias após o crime

O turista de Jundiaí (SP) que foi abordado por assaltantes e morto a tiros ao tentar fugir dando marcha à ré com o carro, em Guarujá (SP), estava se preparando para começar em novo emprego em 1º de fevereiro, três dias depois do crime.

Ao g1, a esposa dele, Thamy Cerasuolo, afirmou que Luigi Giacomazzi começaria como vendedor em uma agência de Jundiaí e estava animado com o novo trabalho.

“Ele sempre foi uma pessoa muito sonhadora e queria o melhor para a família. Por isso, estava animado com o novo trabalho, com as novas conquistas que poderia ter”, disse.

Thamy estava junto com o marido quando ocorreu o assalto. Ela contou ao g1 que os dois estavam em uma feira com a família e passaram no apartamento onde estavam hospedados antes de se encontrarem com um amigo.

“Na hora em que estávamos indo, eu falei para ele que estava cansada e para deixarmos para outro dia, mas decidimos ir mesmo assim. Enquanto esperávamos nosso amigo, vimos um carro e achamos que tinham batido na gente. Mas um cara apareceu e falou ‘perdeu, maluco’, e foi aí que ele tentou fugir”, lembra.

Um vídeo obtido pelo g1 mostra o momento em que o casal é abordado pelos assaltantes. Nas imagens da câmera de segurança de uma das residências do bairro, é possível ver que pelo menos um criminoso desce do carro apontando uma arma na direção do motorista.

De acordo com Thamy, um dos criminosos atirou para cima, e o outro na direção do carro. Luigi tentou fugir dando marcha ré, mas ele já havia sido atingido pelo disparo.

A esposa conta que questionou o rapaz na hora, mas que ele não respondia. Nervosa, ela segurou o volante para tentar desviar de um caminhão, mas não conseguiu e o veículo capotou.

“Eu consegui sair do carro e nosso amigo veio me ajudar. Eu sabia que o Luigi estava lá dentro ainda, e comecei a pedir ajuda. O resgate chegou e os médicos vieram fazer um curativo em mim, pois eu estava machucada. Foi quando viraram o carro e ouvi minha sogra gritando. Naquela hora, já sabia que meu marido estava morto.”

Thamy teve ferimentos em um dos olhos e perdeu um dente. Ela foi socorrida, recebeu alta e se recupera em casa, junto da filha do casal, de três anos.

‘Conquistava todos’

Com o jeito brincalhão, Luigi conquistou muitos amigos, segundo Thamy. A esposa conta que o rapaz era muito querido, valorizava as amizades e, principalmente, a família.

“Ele conquistava todos com o jeito dele. Fazia piada, dava risada, mas também sabia aconselhar quando era preciso. Não me lembro de uma pessoa que não gostava dele. Era um cara muito tranquilo, muito respeitoso e eu o admiro muito por isso”, diz.

O sonho de ter uma chácara e uma casa na praia era o que fazia Luigi se manter focado no trabalho e nas escolhas que fazia. Thamy lembra que o marido era uma pessoa responsável, e que sempre buscou oferecer o melhor possível para ela e a filha.

“Ele sempre priorizou a família, era um super pai, muito atencioso e carinhoso. Fazia de tudo para poder dar o melhor para nós. Corria atrás, se esforçava muito no trabalho para que nossa família pudesse viver uma vida confortável. Era batalhador”, conta.

O corpo de Luigi foi velado na manhã de segunda-feira (31), no Cemitério da Quarta Parada, em São Paulo (SP). O enterro ocorreu às 13h.

G1

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