RJ: advogada baleada conta como desarmou cliente: ‘Coloquei os dedos nos olhos dele’; veja vídeo

A advogada Nayara Gilda Prestes, que foi baleada por um cliente em seu escritório na cidade de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, nesta quarta-feira, publicou um vídeo nas redes sociais em que explica a motivação por trás do crime. Segundo o relato, o cliente que fez os disparos devia pagamento de honorários relativos a um processo de inventário, no valor de R$ 160 mil.

Nayara Prestes ainda se encontra hospitalizada. Segundo ela, não há risco de vida, mas os médicos continuarão a acompanhá-la para verificar se há infecção. O cliente foi preso e levado a 134ª DP (Campos).

De acordo com Nayara Prestes, Diego Dourado, de 21 anos, havia tentado revogar a procuração dela no processo em 2021 para não pagar o valor devido, mas não teve sucesso. Um ano depois, ele reapareceu no escritório da profissional, que fica em um shopping.

— Ele veio ao meu escritório e disse ‘Vim revogar a procuração’ e apontou a arma para mim — conta Nayara em gravação divulgada nas redes sociais

Ela foi atingida por três dos quatros disparos feitos pelo homem. Um deles atingiu o dedo, que foi reconstruído no hospital. Outras duas balas estariam alojadas no seu peito e em um dos braços.

— Estou com as duas mãos baleadas. Uma estou conseguindo mexer um pouco, mas a outra está totalmente imobilizada.

Nayara Prestes contou ainda como conseguiu desarmar o agressor: ela tirou a arma da mão dele e a arremessou em uma escada. O suspeito ainda chegou a tentar enforcá-la, mas ela fugiu do escritório e foi socorrida por outra cliente.

— Eu consegui tirar no final a arma da mão dele e joguei… Eu poderia ter atirado nele, mas eu não quis porque não é certo ninguém tirar a vida de ninguém… Joguei a arma pela escada, caiu lá embaixo. Ele me enforcou (…), fez um mata-leão. Segurei na genitália dele para ele me soltar. Coloquei os dedos nos olhos dele para ele me soltar. E saí correndo pelo shopping — contou a advogada.

Ela disse que, após encontrar a cliente que a ajudou, teve dificuldades para conseguir chegar ao hospital:

— Ela tentou chamar um táxi. Nenhum táxi quis me socorrer. Teve um carro que tinha dois estudantes de Medicina… Eu não conseguia nem abrir os olhos direito porque era muita pressão no meu ouvido, está com um barulho até agora por causa do tiro. Mas eu lembro que ele falou que era estudante de Medicina e não era da cidade de Campos. Quero agradecer a ele porque eu não sei o nome dele.

A Ordem dos Advogados do Brasil emitiu nota em que afirma acompanhar o caso e ter designado um profissional para acompanhar as investigações.

O homem foi autuado por tentativa homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. Ele também não tinha porte de arma de fogo. Segundo a Polícia Civil, o homem também teria agredido a namorada na terça-feira, um dia antes de disparar contra a advogada.

 

 

O Globo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *