“Eu, para conseguir disputar eleições, tenho que ter um partido. Se fosse para o PP, ia ser criticado, para o PTB [também] seria, para qualquer partido seria criticado. É a mesma coisa o cara falar: ‘Ah, o Centrão’. Vocês votaram num cara que foi do Centrão. Eu fui do PP por muito tempo, fui do PTB, fui do então PFL. Não quer dizer que todo mundo que está lá sejam pessoas que merecem ser rejeitadas pela sociedade”, defendeu em entrevista à Jovem Pan gravada na semana passada e exibida nesta segunda-feira (10/1).
O chefe do Executivo admitiu, sem citar nomes, que “alguns lá realmente não servem”.
Na sequência, Bolsonaro ainda justificou que a aliança é necessária para aprovar matérias dentro do Congresso. “Para eu aprovar qualquer coisa dentro do Congresso tem que ter 308 votos para aprovar uma emenda à Constituição. Tira o pessoal do centro, porque Centrão é um nome pejorativo, e procura outro lado, quem? O PSol, o PCdoB, o PT, a Rede, o Novo? Eu não vou ter voto”, alegou.
Durante a campanha à Presidência da República em 2018, Bolsonaro negou proximidade com o Centrão e garantiu que, caso eleito, não faria alianças com o bloco partidário. Ao longo do mandato, porém, ele foi se aproximando do grupo e hoje conta com lideranças do Centrão em cargos relevantes do ministério.
A filiação ao PL ocorreu em novembro de 2021 em cerimônia com caciques da legenda em Brasília (DF). Depois de romper com o PSL, o mandatário passou dois anos sem partido, período em que tentou, sem sucesso, viabilizar o Aliança pelo Brasil e negociou com outras legendas do Centrão.