Após acidente, jovem fica em coma e família luta para manter máquinas ligadas no HGE: ‘querem desligar’
A família de Mirian de Andrade Lima, de 22 anos, vem passando por dias difíceis no Hospital Geral do Estado (HGE). É que a jovem sofreu um acidente de moto na cidade de Coqueiro Seco, Alagoas, no último dia 25. Desde então, vem sofrendo com os descasos da unidade hospitalar.
Parentes de Mirian denunciam que a jovem, que sofreu politraumatismo no tórax e coluna, além de um trauma grave na cabeça, não vem tendo os cuidados necessários, ficando de ‘escanteio’ pela equipe médica.
Mirian está em coma e médicos já anunciaram para a irmã e o marido da jovem que ela pode não sobreviver, e, por isso, os aparelhos precisariam ser desligados. O quadro de saúde dela é quase que irreversível. A família, por sua vez, não aceita a decisão da equipe médica.
“Minha irmã é jovem e pode, sim, sobreviver. É um descaso muito grande aqui nesse hospital. Ela fica sem cuidado algum. Só quero que os médicos não desliguem os aparelhos dela”, desabafou Mariana, irmã de Mirian.
Ainda segundo Mariana, sua irmã pegou uma infecção hospitalar devido à precariedade da unidade. Acrescentou, também, que a jovem vem perdendo muito sangue nos últimos dias, por causa das lesões no corpo, e que já se deparou com várias moscas ao seu redor. “É muito triste e angustiante o que ela vem passando”, frisou Mariana.
Mirian precisa realizar uma traqueostomia com urgência, mas a demora na realização do procedimento vem assustando a família.
“Não sabemos quando ela vai fazer. Mas ela precisa muito. Minha irmã é jovem e tem que sobreviver. Porém, a negligência médica está sendo demais. Ela está toda machucada por dentro, com infecções. Os médicos não acreditam que ela sobreviverá se o procedimento for realizado. E isso é culpa deles, já que não deram a assistência necessária para a minha irmã “, completou Mariana.
Mariana ainda disse que a equipe médica suspeita que a sua irmã esteja grávida. “Os médicos falaram para o marido dela que ela pode estar grávida. Mas, como pode? Ela está toda ‘podre’ por dentro, tomando medicações fortes. O bebê não sobreviveria”, lamentou.
A família, no entanto, pede que os aparelhos da jovem não sejam desligados e, se possível, que ela seja transferida para um hospital onde receba o tratamento adequado.
A reportagem entrou em contato com o HGE e aguarda um posicionamento.
“O trauma cranioencefálico consiste em lesão física ao tecido cerebral que, temporária ou permanentemente, incapacita a função cerebral”.
Por outro lado o desespero da família, o que é normal. Por outro o lado da ciência. Para que os aparelhos sejam desligados depende de vários exames clínicos. Se constatar morte cerebral a família tem que ser informada. Aí se desliga os aparelho, muitas vezes necessários para socorrer outro paciente sem morte cerebral.
A última palavra vem de Deus.