No mês dedicado à saúde mental, psicólogo reflete sobre os desafios do novo normal
Avanço da vacinação, retomada das atividades presenciais… no janeiro branco, mês dedicado à saúde mental, profissionais da área refletem sobre os desafios do chamado “novo normal”. Por mais que a pandemia da Covid-19 pareça mais controlada, ensaiar um recomeço pode não ser fácil para muitas pessoas.
Medo de voltar à rotina, medo de paquerar e aumento dos casos de transtorno obsessivo compulsivo (TOC) prometem bater à porta em 2022. O psicólogo do Sistema Hapvida, Carol Costa, destaca: “a vida exige movimento, mas também é preciso reconhecer os nossos limites para que o medo de sair de um espaço seguro não se torne em uma fobia”.
Síndrome da Caverna e o medo de sair de casa
A pandemia trouxe a necessidade de isolamento social para conter a propagação do vírus SARS-Cov-2. Mas, depois de quase dois anos de inúmeras restrições, o retorno às atividades pré-pandemia, período aguardado por muitos, tem levado a outros ao pânico.
“O tempo passou e foi o suficiente para algumas pessoas desenvolverem costumes bem sólidos. Ir à academia, ao shopping ou comprar pão na padaria, por exemplo, atividades que antes eram consideradas simples, passaram a ser vistas como um problema para muitos”, diz.
A chamada “Síndrome da Caverna”, caracterizada pelo medo de sair de casa ou interagir socialmente, pode provocar sintomas desagradáveis. “Há uma tendência de evitar o encontro com outras pessoas por falta de confiança e medo. Mas, a longo prazo, pode se transformar em um grande problema de socialização”, alerta o especialista.
O flerte no pós-pandemia
Na hora do flerte, os primeiros encontros são preenchidos com aquele friozinho na barriga e a dúvida: “se que ele (a) vai gostar de mim?”. Tudo isso, somado ao álcool em gel e máscaras, o estresse pode ser ainda maior. O fenômeno já vem sendo estudado pelo mundo e recebeu o nome de F.O.D.A (fear of dating again), em português, “medo de namorar”.
O psicólogo Carol Costa ressalta que esse é problema a ser enfrentado no pós-pandemia. “Use a tecnologia a seu favor. Videochamadas e conversas por telefone podem ajudar nesse processo, já que dão uma ideia melhor das características do parceiro”.
Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) e limpeza
O profissional do Sistema Hapvida também chama atenção para o aumento dos casos de transtorno obsessivo compulsivo (TOC) relacionados à limpeza, já que o vírus é contraído pelo contato humano.
“Com o retorno das atividades presenciais, não saberemos quem está se cuidando da forma correta e não conseguiremos ter o controle total da higiene do local. A diferença entre um cuidado comum e o TOC é a influência do pensamento intrusivo, ou seja, a sensação negativa, que, causada pela ideia de sujeira, faz o indivíduo se limpar”, finaliza.
Confira dicas do psicólogo para manter a saúde mental em dia:
- Experimente meditação e exercícios de respiração;
- Mesmo vacinado, não deixe os cuidados de lado: use máscara e álcool em gel;
- Busque o autoconhecimento e pratique atividades físicas regularmente.
Gazeta web