Olho Vivo: Cancelar festas públicas e manter as privadas é uma medida mais midiática do que efetiva em Alagoas

Festa é realizada irregularmente em piscina natural na Praia do Marceneiro

Ao tempo em que escrevemos, assistimos atordoados à pandemia causada pelo novo coronavírus (Covid-19), agora com a variante ômicron, que tem infectado pessoas, voltando silenciosamente.

O presidente Jair Bolsonaro alfinetou recentemente governadores e prefeitos pelas medidas em relação à pandemia da Covid-19. O mandatário defendeu que não sejam feitas festas de carnaval no ano que vem, mas disse que a decisão ficará a cargo dos chefes dos Executivos estaduais e municipais.

Nesta última segunda-feira (27), dois tripulantes que chegaram à capital alagoana no navio de cruzeiro que atracou no Porto de Maceió apresentarem sintomas da Covid-19. A embarcação MSC Seaside veio de Salvador (BA) e trouxe para o estado mais de 3 mil turistas que seguiram para Búzios (RJ).

Reprodução

De acordo com informações da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), os dois tripulantes, sendo uma mulher de 30 anos e um homem de 25 anos, estão em um hotel da capital alagoana, onde devem permanecer por 10 dias em isolamento a partir do início dos sintomas.

Sem dúvida, a concepção institucional do poder aquisitivo promove um salto qualitativo, na medida em que supera a abordagem individual e, também, introduz a dimensão do poder enquanto elemento constitutivo das relações entre pobres e ricos.

O MSC Seaside foi o terceiro navio de cruzeiro a atracar em Maceió nesta temporada 2021/2022.

Relativo aos dois tripulantes, houve o desembarque antes de atendidos os critérios previstos para cumprimento da quarentena na embarcação, a continuidade do isolamento acontece em hotel.

A pergunta que não cala! E nós alagoanos, como ficamos?

Contradição de fim de ano elitista: festa ao ar livre não, festa fechada sim

Com a descoberta em novembro da ômicron, nova variante da covid-19 considerada preocupante pela OMS (Organização Mundial da Saúde), governos locais têm cancelado festas de fim de ano ao ar livre no Brasil. O problema é que os eventos fechados que geram aglomeração permanecem permitidos.

O cenário, por ora, é de incerteza.  Portanto, é preciso cuidado. A única regra é sobre o uso obrigatório de máscara. Segundo o boletim, Alagoas apresenta melhora nos indicadores da Covid-19, mas “a pandemia existe e deve ser considerada”.

Ambientes fechados, portanto, são mais perigosos do que espaços ao ar livre. As mega-aglomerações também ofereçam algum risco mesmo ao ar livre, cancelar festas públicas e manter as privadas é uma medida mais midiática do que efetiva.

Não realizar festas de Réveillon e shows na praia, mas manter shows, festas e outros eventos privados vem sendo apontado como uma medida elitista. Faz parte de um descompromisso sistemático do poder público com a política cultural.

Liberar tudo para as festas privadas e proibir as públicas é um negacionismo duas vezes. Simplesmente Alagoas suspendeu e aposta no privado e na clandestinidade para se eximir do investimento e dos cuidados necessários nos festejos populares.

O Hospital Professor IB Gatto Falcão, localizado em Rio Largo, Região Metropolitana de Maceió, registrou um aumento de mais de 500% dos atendimentos relacionados a síndromes gripais nos primeiros 20 dias de dezembro. Segundo o Instituto Saúde e Cidadania (ISAC), que administra a unidade de saúde, esse aumento está relacionado ao vírus da Influenza A H3N2, que tem se espalhado pelo Brasil.

Diante do fato exposto, averiguamos que fatos não condizem com a realidade…

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