Misterioso sumiço de mãe e filha entra no 6º dia. Veja o que se sabe
Nesta terça-feira (14/12) completam seis dias desde que a dona de casa Shirlene Ferreira da Silva, de 38 anos, grávida de 4 meses, e a filha dela, Tauane Rebeca da Silva, 14, estão desaparecidas. Na última quinta-feira (9), as duas saíram de casa para tomar banho em um córrego perto de onde moram, mas até agora não retornaram.
De acordo com o marido da dona de casa, o pintor Antônio Wagner Batista da Silva, 41, a última pessoa da família a ter contato com Shirlene e Tauene foi o filho caçula, Lucas, 12. A criança teria contado ao pai que a irmã insistiu com a mãe para que as duas descessem ao córrego. A família mora no local há pouco tempo e, neste dia, Antônio estava trabalhando no Lago Norte.
A esposa teria pego a mochila do menino, uma toalha amarela listrada, biscoitos e uma sombrinha. Depois disso, saiu para o passeio com a filha no início da tarde. Ao voltar para casa, por volta das 18h30, Antônio contou que teria encontrado com o menino todo molhado e preocupado. A criança queria procurar a mãe e a irmã no córrego, mas foi surpreendida no caminho por uma chuva forte.
O marido disse que também se preocupou, porque já estava anoitecendo. Imediatamente, começou a ligar para parentes e conhecidos a fim de saber do paradeiro das duas. Na sequência, por volta das 20h, acionou o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal. As buscas começaram ainda na quinta-feira às 21h. O pintor acompanhou tudo e achou a sombrinha da esposa no local. “Os bombeiros acharam dois pés de sandálias. E um deles parecia com o da minha filha, era toda rosa”, contou Antônio.
Afogamento ou crime
A polícia trabalha atualmente com duas hipóteses para explicar o desaparecimento. A primeira delas, e mais provável para os investigadores, é que as duas teriam sido levadas por uma tromba d’água. De acordo com o delegado adjunto da 23ª Delegacia de Polícia (P Sul – Ceilândia), Vander Rodrigues Braga, o nível da água pode aumentar rapidamente.
“Embora os bombeiros não tenham informações de que tenha chovido na região na quinta-feira, quem mora em Ceilândia viu que quinta foi um dia bastante chuvoso. Ali é um local que a gente percebeu muito claramente que quando ocorre trombas d’água o nível de água aumenta quase 10 metros”, afirmou.
Nessa segunda-feira (13), a Divisão de Operações Áreas (DOA) da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) passou a fazer buscas aéreas, mas sem sucesso. A operação deve continuar durante a tarde de terça (14). “Se houve um afogamento, hoje ou amanhã [segundo ou terça] seriam os dias que os corpos venham a boiar e, aí, o pessoal da equipe área consegue visualizar”, considera Vander.
Apesar de considerar afogamento como linha principal de investigação, a PCDF também considera a possibilidade de Shirlene e Tauane serem vítimas de uma terceira pessoa ainda não identificada. Para a cabelereira, Shirlei Vieira da Silva, 39 anos, irmã de Shirlene, a dona de casa e a sobrinha dificilmente teriam sido vítimas de um incidente natural, como tromba d’água.
“Eu tenho quase certeza de que alguém pegou elas”, arrematou Shirlei . De acordo com moradores da região, o córrego também é frequentado por criminosos. Durante as buscas, Shirlei ouviu o testemunho de um morador da região. “Ele disse que não viu ninguém subir do córrego. Mas viu um homem descer por volta das 13h. Isso foi um pouco antes do horário que minha irmã desceu com minha sobrinha. Então, quando ela desceu, essa pessoa já deveria estar lá”, relatou.
O morador não soube identificar quem seria o homem. “A gente quer saber quem é ele e o que aconteceu. Porque os horários são próximos. Se ele viu minha irmã, quero saber o que aconteceu”, desabafou. Segundo familiares, Shirlene também estaria apresentando problemas psiquiátricos e sofria de crises.
Nessa segunda, o Corpo de Bombeiros expandiu a área de buscas pela mãe e filha, após a recomendação da irmã de Shirlene de que as autoridades deveriam começar a procurar pistas nos arredores, inclusive em residências e chácaras da região.
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