MPAL diz que diálogos interceptados comprovam negociação de propina por militares do BPTran

A investigação comandada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de Alagoas (MPAL), interceptou diálogos de militares do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran) negociando o valor de propina a ser recebido por meio de ‘pix’.

Nestas conversas, os policiais informavam ao condutor o número da chave da conta para onde deveria ser transferido o dinheiro. Era a condição imposta para que a infração de trânsito, flagrada nas blitz, não fosse registrada.

De acordo com o MPAL, em um dos diálogos, um militar envolvido diretamente no esquema recebeu uma ligação de outro colega de farda, informando que um veículo foi apreendido por não estar emplacado. O PM orientou o ‘parceiro’ a não aplicar a multa e disse que chamaria um guincho para recolher o carro.

Neste caso específico, a empresa do transporte foi acionada, no entanto, para isso, o condutor deveria pagar a propina. A transferência foi feita, conforme o Gaeco, para uma conta no Banco Bradesco.

A investigação apontou que a conta pertence ao outro homem, que foi preso por participação no esquema. Segundo a apuração, ele emprestava os dados bancários para o recebimento do dinheiro ilegal.

Em outra conversa interceptada, o mesmo policial, que, supostamente comanda o negócio ilícito, orienta um condutor a deixar o dinheiro da propina em um estabelecimento comercial, que pertence a um membro da família dele.

A OPERAÇÃO

A operação ‘PIX’ foi deflagrada na manhã desta segunda-feira (13) e prendeu três policiais militares e outro homem suspeitos de cobrança de propina para liberar motoristas autuados por infrações no trânsito.

As prisões ocorreram na capital e no interior. Foram cumpridos quatro mandados de prisão e mais quatro de busca e apreensão em Maceió e em Arapiraca.
Gazeta web

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