Líder espiritual é preso suspeito de manter relações sexuais com promessa de cura no Paraná, diz polícia

Um mestre de capoeira e líder espiritual foi preso suspeito de manter relações sexuais com a promessa de cura, em Maringá, no norte do Paraná, segundo a Polícia Civil. A prisão ocorreu nesta terça-feira (30).

De acordo com o delegado do caso, Rodolfo Vieira, o capoeirista foi preso preventivamente e deve responder por violação sexual mediante fraude, importunação sexual e assédio sexual.

As vítimas apresentavam alguma vulnerabilidade, seja por idade, classe social ou por dificuldade momentânea, como um problema de saúde, conforme a polícia.

Sete mulheres, entre elas uma adolescente, foram ouvidas e relataram histórias parecidas à polícia.

“Uma vez identificada essa vulnerabilidade, ele oferecia uma revolução espiritual, um tratamento para esse problema, de uma maneira que ele, como líder supremo dessa cultura e como ‘mestre de ventre’, poderia mediante a conjunção carnal passar essa energia, que iria melhorar e curar essas vítimas”, disse o delegado.

RPC tentou contato com a defesa do suspeito, mas, até a última atualização desta reportagem, não tinha conseguido retorno. Em interrogatório à polícia, o líder espiritual negou os crimes.

“Ele não confessou, ele negou. Ele falou que nunca praticou nenhum ato sexual durante o ministério da religiosidade dele. Porém, foram ouvidas várias vítimas e várias testemunhas, os relatos são bem similares, com detalhes que causam bastante confiança, tanto que o juiz deferiu uma medida grave, que é uma prisão preventiva, com base nesses depoimentos.”

Crime

Conforme a investigação, o suspeito preso se aproveitava da condição de autoridade espiritual perante a comunidade para ter relações sexuais com mulheres com a promessa de cura, tratamento ou até de evolução espiritual.

A Polícia Civil informou que isso tudo ocorria durante rituais, que duravam horas, em salas reservadas, em um local de prática religiosa, nos fundos da casa dele.

“Algumas vítimas, felizmente, perceberam que se tratava de uma fraude e se evadiram. Eu tive que ouvir duas fora do Paraná porque têm medo de voltar para cá. Porém, algumas se submetiam a essa sessão dessas relações sexuais com fins terapêuticos, acreditando de verdade que seria a única forma de se curar ou de curar alguém da sua família, alguém muito querido”, explicou o delegado.

Segundo o delegado, os abusos também ocorriam durante a realização de banhos terapêuticos, que eram indicados de forma diferente para homens e para mulheres.

“Ele oferecia banhos, só que quando ele oferecia banho para um integrante homem, ele dava simplesmente as ervas, o banho pronto para a pessoa tomar em casa. Quando eram vítimas mulheres que ele tinha o interesse de praticar esses atos criminosos, ele mesmo dava o banho e ele dava o banho desnudo, o que já é totalmente fora de qualquer padrão de religião.”

Gazeta web

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