Justiça condena filhos de Flordelis pela morte do pastor Anderson

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Acusados de executar o plano de morte do padrasto, o pastor Anderson do Carmo, Flávio dos Santos Rodrigues e Lucas Cezar dos Santos Souza foram condenados pela Justiça. O julgamento dos filhos da ex-deputada e pastora Flordelis terminou na madrugada desta quarta-feira (24/11) no 3º Tribunal do Júri de Niterói, no Rio de Janeiro.

O crime ocorreu em junho de 2019. Flávio foi condenado a 33 anos e dois meses de prisão por homicídio triplamente qualificado, porte ilegal de arma, uso de documento ilegal e associação criminosa armada. De acordo com investigações da Polícia Civil, Flávio confessou ter atirado no padrasto na garagem da casa onde Anderson vivia com Flordelis e os filhos, em Niterói. Posteriormente, ele mudou sua versão e negou participação no assassinato.

Lucas, por sua vez, apontado por comprar a arma do crime, foi condenado a sete anos e meio por homicídio triplamente qualificado, por decisão da juíza Nearis dos Santos Arce. Ele teve a pena reduzida por ter colaborado com as investigações. À polícia, ainda durante o período de investigação, ele disse que ajudou o irmão a comprar a ama. Depois também voltou atrás e negou o teor de seu primeiro depoimento.

Durante o julgamento, que começou nessa terça-feira (23/11) e durou aproximadamente 15 horas, oito pessoas foram ouvidas. Entre elas, Wagner Andrade Pimenta, o Misael, filho de Flordelis. Ele pediu para que os réus deixassem o plenário e voltou a atacar a mãe.

“Dias após o crime, a minha mãe me cobrou apoio, e eu disse para ela ter calma, que estava de luto ainda. Ela disse para eu deixar o luto, vida para frente, e ‘aqui não tem luto não‘”, revelou Misael.

Misael contou que ouviu confissão de Flávio sobre ter atirado em Anderson, mas que estaria arrependido. Em um relato de 50 minutos, Misael disse que a irmã Simone e sobrinha Rayane citaram abusos do pastor com as crianças da família.

De acordo com Misael, o pastor não denunciou à polícia a descoberta de planos para matá-lo para proteger a família e Flordelis. “Ele (pastor) a tratava (Flordelis) muito bem como esposa e com respeito por tudo que conquistaram”, pontuou ele. Misael disse ainda no tribunal que as adoções eram para conseguir recursos.

A delegada Barbara Lomba também prestou depoimento e resumiu o comportamento dos filhos de Flordelis: “Eles eram peças manobráveis“.

Jorge de Souza, pai do pastor Anderson do Carmo, desabafou sobre a perda de seu filho na entrada do Tribunal do Júri. “Quero que se faça justiça. Meu filho foi morto. Me sinto arrasado, a família toda está arrasada. Perdi toda minha família. É muita maldade, ganância. Ela (Flordelis) podia ter se separado dele. Ela estaria solta, e ele, vivo. Por causa de dinheiro aconteceu isso. Espero que a justiça seja feita”, disse Souza, emocionado, pouco antes de entrar no julgamento.

O crime

O pastor Anderson do Carmo, de 42 anos, marido da então deputada federal e pastora Flordelis, foi morto a tiros, na madrugada de 16 de junho de 2019. Ele chegava em casa, no município de Niterói, na Região Metropolitana do Rio. Na ocasião, Flordelis disse que ele havia morrido tentando defender a família de criminosos. No entanto, as investigações apontaram a pastora como a mandante do crime. O assassinato teria sido motivado pelo fato de Anderson controlar rigorosamente as finanças da família e não permitir tratamento privilegiado das pessoas mais próximas à ex-parlamentar.

Ex-deputada presa

Flordelis foi cassada pela Câmara dos Deputados, em 11 de agosto deste ano, e está presa. Ela é ré no processo sobre a morte de Anderson do Carmo. A pastora é uma das detentas no Instituto Penal Talavera Bruce, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu. Ela foi presa no último dia 13 de agosto.

Por ordem da Justiça, Flordelis vai a júri popular. A ex-deputada responde pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio duplamente qualificado, falsidade ideológica, uso de documento falso e organização criminosa. A ex-deputada federal nega os crimes.

 

Metrópoles

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