Confundida com mãe de Rhaniel, tia do menino assassinado diz ter medo de ser linchada na rua

TV Gazeta

A tia de Rhaniel Pedro Laurentino da Silva disse ao g1 nesta terça-feira (23) que tem medo pela sua segurança. A mãe do menino de 10 anos, o padrasto e o irmão do padrasto foram presos pelo assassinato da criança, mas uma foto da tia tem sido compartilhada em aplicativos de mensagens como se ela fosse a irmã.

O crime aconteceu em maio, mas a Polícia Civil só divulgou o resultado das investigações nesta segunda (22). Ana Paula Laurentino, tia da vítima, atribui à confusão as semelhanças físicas que têm com a irmã, Ana Patrícia Laurentino, presa pelo crime. “Começou a circular a minha foto, minhas amigas dizendo ‘Paula, estão dizendo que é você”.

“Eu fico com medo porque o povo vai pensar que sou eu. ‘Olha, a mãe do Rhaniel já foi solta’, começa a espalhar. Eu trabalho, saio cedo, 6h da manhã já estou no ponto, fico com medo de alguém me reconhece e pensar que é ela, tentar me linchar. Daqui que eu venha provar que não sou ela, já morri”, lamentou Ana Paula.

Em meio à dor da perda do sobrinho e de ver a irmã envolvida nesse crime bárbaro, Ana Paula faz um apelo para que as pessoas não compartilhem sua foto, para que ela não seja prejudicada nem vítima de justiçamento.

“Eu estou sem acreditar em tudo que está acontecendo. Penso que é um pesadelo, que eu vou acordar e isso tudo vai ter passado e que nada disso aconteceu”, lamentou.

‘Essa não é a minha irmã, é outra pessoa que eu não conhecia.

Ana Paula é a irmã mais nova de três irmãos. Sempre teve uma relação muito próxima de Patrícia, eram confidentes. “A gente tinha a melhor relação possível de duas irmãs parceiras. Ela era muito minha amiga e eu era muito amiga dela”, relembra.

Mas o comportamento de Ana Patrícia durante as investigações chamou atenção, porque ela não se mostrava tão preocupada e só ficava nervosa quando tocavam no assunto. “Eu achava estranha a atitude dela, mas eu pensava que ainda não tinha caído a ficha dela”.

Além da mãe de Rhaniel, o padrasto, Victor Oliveira, e o irmão do padrasto, Vagner Oliveira, foram indiciados por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e estupro de vulnerável. Para os investigadores, o menino foi assassinado por espancamento e depois um objeto foi introduzido no ânus da vítima morta para que a polícia acreditasse que se tratava de um crime sexual.

Eles negam o crime, mas a polícia diz ter provas suficientes da participação da mãe, porque foram encontradas no celular de Ana Patrícia buscas feitas na internet sobre crimes e vídeos de abusos sexuais de crianças e adolescentes.

“Eu não reconheço mais a irmã que tinha. Aquela Patrícia doida, alegre. Quando eu a vi na delegacia, eu vi o semblante dela diferente, eu disse, ‘Mãe, essa não é a minha irmã, essa é outra pessoa que eu não conhecia”, disse Ana Paula.

Quando o corpo de Rhaniel foi encontrado e as investigações começaram, Ana Paula disse que permaneceu dando apoio à irmã porque tinha motivos para acreditar que apenas Victor tinha participação no crime, porque ele já tinha estuprado sua filha de 12 anos.

“Eu fui muito criticada por permanecer do lado da minha irmã mesmo depois disso. Eu fiquei do lado dela, apoiando ela porque ficava com pena. Graças a Deus a minha filha está bem, está com saúde, está viva. Eu não vou abandonar ela nesse momento. Permaneci do lado dela. O povo me criticando, dizendo ‘mulher, o marido da tua irmã fez o que fez com a tua filha e você ainda vive de conversa com ela'”, desabafou.

Sobre a participação de Patrícia no crime, Ana Paula disse que acha que a irmã estava sob efeito de drogas e não sabia o que estava fazendo.

“A única coisa que eu tenho na minha mente é que, como ele estava usando drogas com ela, ela estava muito drogada e muito bêbada, e ela não lembra de nada”, disse a irmã ao reforçar que Patrícia não era usuária de drogas até se envolver com Victor.

Ana Paula disse que a defesa de Patrícia está sendo feita por um advogado contratado pelo pai de Victor. Disse ainda que não pretende visitá-la na prisão e cortou relação de vez depois que o resultado das investigações veio à tona.

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